Vladimir Putin enalteceu o papel dos principais aliados na guerra ganha à Alemanha nazi, em 1945, mas não perdeu também a ocasião de ter a atenção do
Vladimir Putin enalteceu o papel dos principais aliados na guerra ganha à Alemanha nazi, em 1945, mas não perdeu também a ocasião de ter a atenção do Mundo na Praça Vermelha, em Moscovo, para os criticar.
No discurso durante a celebração oficial dos 70 anos do Dia da Vitória na II Guerra Mundial, o presidente da Rússia acusou o ocidente de estar a tentar criar “um mundo unipolar” e sugeriu a criação de uma nova coligação internacional de defesa militar — uma alternativa ao Tratado da Coligação do Atlântico Norte (NATO), do qual os russos não fazem parte.
Putin: 70 anos após a vitória, segurança é a tarefa comum do mundo #DiadaVitóriahttp://t.co/xoFYciRkSm
— EmbaixadaRusPortugal (@EmbaixadaRusPT) May 9, 2015
“Nas últimas décadas, os princípios básicos da cooperação internacional tem vindo a ser cada vez mais ignorados”, começou por dizer Putin, antes de falar nas “tentativas de criar um mundo unipolar” que o líder do Kremlin garantiu “ameaçar o desenvolvimento global sustentável.”
“A criação de um sistema de segurança igual para todos os Estados deve tornar-se o nosso objetivo comum. Tal sistema deve ser adequado às modernas ameaças e deve respeitar princípios regionais e globais de não formação de blocos. Só depois disto poderemos assegurar a paz e a tranquilidade no planeta”, defendeu o líder do Kremlin.
Russian President’s speech at the Victory parade #Victory70http://t.co/tZ0C1D1hDrpic.twitter.com/dbTS50wcQD
— President of Russia (@KremlinRussia_E) 9 maio 2015
A Rússia convidou 68 líderes mundiais, incluindo os máximos representantes dos governos dos principais países aliados da antiga União Soviética durante a II Guerra Mundial. O presidente francês François Hollande, o primeiro-ministro britânico David Cameron e o presidente dos Estados Unidos Barack Obama declinaram.
A recusa do trio pode ser entendido como um protesto não oficial pelo papel que o Kremlin está a ter no conflito separatistas que afeta a Ucrânia há mais de um ano e que já fez quase 7000 mortos. Um papel sublinhado pela anexação unilateral da península da Crimeia, uma região autónoma no sul ucraniano, onde a Rússia ocupa a base militar de Sebastopol.
À imagem dos aliados europeus e americano, também Angela Merkel recusou o convite que lhe foi endereçado, marcando contudo uma deslocação a Moscovo para este domingo, um dia após a celebração russa do Dia da Vitória.
Nesta visita, a chanceler alemã tem agendada uma reunião com Vladimir Putin e uma escala no Jardim Alexander, nas imediações da Praça Vermelha, onde também pretende depositar flores e homenagear os soldados que deram a vida para libertar há 70 anos a Europa das garras do nazismo.
Putin wanted Merkel to leave wreath at Kremlin war memorial today. She said no—another day, but not May 9. http://t.co/xVT7Qd9AlP
— Anton Troianovski (@AntonWSJ) May 9, 2015