Marcelo Rebelo de Sousa: "Não irei discriminar, não irei criar nenhuma instabilidade"

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Marcelo Rebelo de Sousa lidera as sondagens e pode mesmo ganhar à primeira volta. O professor catedrático nasceu em Lisboa a 12 de dezembro de 1948

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Marcelo Rebelo de Sousa lidera as sondagens e pode mesmo ganhar à primeira volta. O professor catedrático nasceu em Lisboa a 12 de dezembro de 1948. Ganhou notoriedade como comentador, mas o currículo académico e político é longo.

Não é o candidato oficial do partido que ajudou a fundar – o PSD na altura PPD – mas Pedro Passos Coelho veio a público apelar ao voto em Rebelo de Sousa na corrida ao cargo que muitos dizem ambicionar há vários anos. A apoiar o candidato está, também, o CDS.

O candidato, também conselheiro de Estado, considera que, se for eleito, haverá um “virar de página” para um “estilo de unidade”, “proximidade” e “moderação” no exercício do cargo de presidente.

Durante uma das viagens de campanha, o antigo líder do PSD disse à euronews que pretende estabelecer pontes entre as fações resultantes da última crise política: “Sem deixar de pensar aquilo que penso, é verdade que não irei discriminar, não irei criar nenhum problema, nenhuma instabilidade, nenhum ruído àquilo que o Governo faça, procurando que a base de apoio do Governo, que, como sabe é uma base de apoio complicada, fundada em acordos parlamentares, se mantenha”.

Filipa Soares, euronews: E como é que tem visto as medidas que têm sido tomadas por este Governo, nomeadamente algumas que vêm de atenuar, de certa forma, algumas das medidas de austeridade?

Marcelo Rebelo de Sousa: Há uma parte que me parece que é muito justa. Porquê? Porque os portugueses sofreram inevitavelmente muito nos últimos anos, para ser possível ultrapassar a situação financeira em que se encontrava o país, e não era já aguentável levar mais longe a situação de sacrifícios, nos termos em que tinham sido vividos. Por outro lado, isso obriga a um equilíbrio muito grande para não haver derrapagem financeira.

euronews: Tem dito que enquanto presidente quer ser um árbitro. Em que situações é que pode mostrar o cartão vermelho a este Governo?

M. Rebelo de Sousa: Na minha leitura da Constituição, a dissolução do Parlamento justifica-se se houver uma crise grave no regular funcionamento das instituições: o Governo com o Parlamento, o Governo com os tribunais, dentro do Governo, o Governo com o Presidente.

euronews: Mas não teme desentendimentos entre estes partidos que têm posições diferentes em relação a várias questões?

M. Rebelo de Sousa: É evidente que este Governo tem dois desafios difíceis. Um é o de compatibilizar mais justiça social com não derrapagem financeira. O outro é não ter problemas na sua base política de apoio. O que eu espero e o que eu desejo e é nesse sentido que trabalharei é que não haja essa crise na base política de apoio do Governo, porque se houver isso significa uma nova crise política.

A campanha de Marcelo Rebelo de Sousa foi informal, mas deu que falar. O antigo jornalista e comentador conhece os gestos e as palavras que funcionam na comunicação social. Marcelo fala de uma “campanha muito original” para uma “candidatura de afetos”, de “aproximação ao povo” que retrata quem ele é.

Veja o vídeo da entrevista

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