A dinamarquesa que se destacou como símbolo da "Nouvelle Vague" já tinha cancelado este ano uma presença em Portugal por motivos de saúde
Morreu Anna Karina, uma das musas da sétima arte francesa.
De acordo com o agente da atriz e cantora, a dinamarquesa morreu sábado num hospital de Paris, vítima de cancro, tendo ao lado o marido, o realizador americano Dennis Berry.
No comunicado enviado à agência France Press, o agente Laurent Balandras descreveu Karina como "uma artista livre e única".
Para Franck Riester, "o cinema francês está orfão". "Perdeu uma das suas lendas", lê-se no Twitter do ministro da Cultura de França, onde a artista chegou aos 18 anos pela mão de Coco Chanel para fugir de uma me ausente e um pai agressivo.
O nome de baptismo Hanne Karin Bayer não cativou a famosa estilista de moda francesa, responsável pelo baptismo artístico enquanto Anna Karina.
O impacto foi quase imediato e Jean-Luc Godard apaixonou-se. Anna Karina tornou-se num símbolo da "Nouvelle Vague" nos anos 60 do século XX.
Foi casada com Jean Luc Godard entre 1961 e 1967. Destacou-se também na música através da colaboração com Serge Gainsbourg. No ano passado, figurou no cartaz oficial do Festival de Cinema de Cannes, numa imagem e que surge ao lado de Jean Paul Belmondo.
Homenageada este ano pelo IndieLisboa num ciclo especial na Cinemateca portuguesa, a artista viu-se obrigada a cancelar a presença em Portugal por motivos de saúde.
A 04 de outubro esteve pela última vez presente numa homenagem que lhe foi dedicada pela Cinemateca de Grenoble, em França.
Anna Karina tinha 79 anos. Para a história, de acordo com a página especializada em cinema IMDB, deixa 83 presenças enquanto atriz. A primeira, numa curta metragem dinamarquesa de 1959 intitulada "Pigen og skoene", ainda enquanto Hanne Karin Blarke.
A última interpretação chegou ao ecrã em 2008, com o filme "Victoria", que também escreveu e realizou.
Foi nomeada cinco vezes para prémios do cinema, destacando-se o triunfo como melhor atriz em 1961, pelo trabalho ao lado de Jean-Paul Belmondo no filme "Uma Mulher é uma Mulher", de Jean-Luc Godard.