Rússia divulga exercícios militares e EUA promete tropas à Ucrânia

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Enviada especial da Euronews falou com veterano ucraniano da guerra contra os grupos separatistas pró-russos. Na fronteira, paira uma tensão fria

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Os sinais de que uma guerra pode estar iminente mantêm-se no leste da Europa. O Ministério da Defesa da Rússia divulgou imagens de exercícios militares em curso sem revelar onde, mas a presença militar russa perto da fronteira com a Ucrânia ainda não desmobilizou apesar dos apelos internacionais.

A Rússia tem negado repetidamente ter planos de invadir a Ucrânia e esta segunda-feira o representante permanente do Kremlin nas Nações Unidas voltou a descartar quaisquer planos de invasão, mas no país vizinho os habitantes continuam a preparar-se para o pior.

É o caso de Viktor Pylypenko, um veterano da guerra contra os separatistas, que se mantém na região de Donbass desde 2014.

"Era paramédico na linha da frente. Fui lançador de granadas e paramédico ao mesmo tempo, devido à falta de pessoal. Dava os primeiros socorros no campo de batalha, por isso tive pessoas a morrer nas minhas mãos e não eram desconhecidos, eram meus amigos", contou Viktor Pylypenko à enviada especial da Euronews.

As memórias daqueles tempos de guerra ao lado de compatriotas e contra compatriotas ainda hoje assombram Viktor.

"Os seres humanos habituam-se a tudo. Nós também nos habituámos a tudo. Mas quando deixam os combates, quase todos os meus irmãos de armas sofrem de traumas pós-guerra, têm pesadelos, sonham regressar à guerra. São histórias chocantes", conta-nos Viktor Pylypenko.

Esta segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia disse que a guerra ainda pode ser evitada, se os aliados ocidentais continuarem a apoiar o país.

"As ameaças que vêm da Rússia são de natureza global e, portanto, as contramedidas devem ser globais. Repetimos constantemente aos nossos parceiros que o que está a acontecer na Ucrânia não é apenas sobre a segurança do nosso Estado. É sobre a segurança de toda a área euro atlântica", sublinhou Dmytro Kuleba.

Da mesma forma que alguns países da União Europeia, como a França ou a Alemanha, mantém os esforços diplomáticos para acalmar a tensão no leste da Ucrânia, Estados Unidos e Reino Unido, duas das maiores potenciais da NATO, também reforçam o apoio militar à Ucrânia.

Paletes de munições, armas e outro equipamento militar foram enviados de avião para a Ucrânia na semana passada e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu ainda o envio, num futuro próximo, de um pequeno contingente de tropas para o leste da Europa.

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