A tensão e a violência crescem entre israelitas e palestinianos. Naftali Bennett dá "liberdade total" às forças de segurança para travarem a espiral
O primeiro-ministro israelita deu, esta sexta-feira, "liberdade total" às agências de segurança para agirem no sentido de refrear a violência, após o ataque em que um palestiniano matou a tiro dois israelitas.
"Não há e não haverá limites para esta guerra", disse Naftali Bennett.
O movimento islâmico palestiniano, Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e o grupo Jihad Islâmica elogiaram o ataque, mas não o reivindicaram.
Na sexta-feira anterior, a polícia israelita disse ter morto a tiro um palestiniano que matou dois homens israelitas e feriu mais de uma dúzia de outros quando abriu fogo numa rua de bares e restaurantes movimentados, numa quinta-feira à noite.
Cerca de 1.000 polícias e tropas do exército fortemente armados espalharam-se por Tel Aviv à caça do perpetrador durante horas, enquanto os habitantes locais se escondiam em cozinhas de restaurantes e nas suas casas.
O Ministro da Defesa israelita, Benny Gantz, falando ao lado de Bennett, disse que os oficiais tinham efetuado "cerca de 200 detenções", acrescentando: "se necessário haverá milhares".
Festa de noivado acaba em velório
Os dois homens israelitas mortos foram identificados como Tomer Morad e Eytam Magini, ambos de 27 anos e amigos de infância, naturais da cidade de Kfar Saba.
Magini deveria celebrar o seu noivado na sexta-feira à noite. Lia Arad, a mãe da noiva, disse à televisão pública israelita: "Era suposto celebrarem a sua festa de noivado esta noite, os primos de Eytam organizaram-na nesta casa onde agora estamos sentados de luto".
Os dois amigos vão ser enterrados no domingo.
A agência Shin Bet de Israel disse que o agressor é Raad Hazem, de 28 anos, de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada por Israel, onde na semana passada as forças israelitas mataram três pessoas numa rusga.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, condenou o ataque, dizendo que "o assassinato de civis palestinianos e israelitas apenas conduz a uma maior deterioração da situação".
Um total de 13 pessoas foram mortas em ataques em Israel desde 22 de março, incluindo algumas levadas a cabo por assaltantes ligados ou inspirados pelo grupo Estado islâmico.
Durante o mesmo período, pelo menos nove palestinianos foram mortos, incluindo assaltantes.