Presidente da Comissão Disciplinar do organismo que superintende o futebol mundial recorreu ao artigo 51 do Código Disciplinar
Demitiu-se parte da equipa técnica da seleção feminina de futebol de Espanha, mas não o técnico principal Jorge Vilda. As demissões acontecem depois de a FIFA ter suspendido provisoriamente o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, invocando o artigo 51 do Código Disciplinar.
O dirigente tem estado sob pressão para se demitir desde que beijou na boca com intensidade a futebolista Jenni Hermoso na celebração da conquista pela Espanha do Mundial feminino de futebol.
Num comunicado assinado pelo presidente da Comissão Disciplinar, Jorge Ivan Palacio, a lê-se que esta "suspensão é efetiva desde o dia de hoje", sábado 26 de agosto, e "estende-se por um período inicial de 90 dias e enquanto decorre o processo disciplinar aberto" por este mesmo órgão da FIFA.
A suspensão acontece pouco mais de 24 horas após Luis Rubiales ter recusado demitir-se durante uma assembleia geral ordinária da RFEF, em que defendeu que o beijo na boca dado a Hermoso tinha sido "espontâneo, mútuo, eufórico e consentido".
A futebolista viria a desmenti-lo mais tarde, em comunicado, que provocou uma outra reação da RFEF, garantindo que o respetivo presidente "não mente" e tentando demonstrar numa sequência de fotografias do momento do beijo a recetividade positiva da futebolista aos contactos do dirigente.
Luis Rubiales abraçou e beijou várias jogadores durante a entrega da taça de campeã do mundo à Espanha após a final do Mundial feminino.
O momento íntimo que protagonizou com Jenni Hermoso foi o que ficou no entanto a marcar aquele dia e a ofuscar o feito desportiva das espanholas.
Além das futebolistas campeãs do mundo, que se recusam a voltar à seleção espanhola se não houver mudança na direção, as críticas choveram de diversos quadrantes, inclusive do governo liderado de forma interina agora pelo socialista Pedro Sánchez.
A Espanha é aliada de Portugal numa candidatura ibérica à organização do Mundial de futebol de 2030, com a participação também de Marrocos e da Ucrânia, e há receios em Lisboa de que a polémica de Rubiales com Hermoso possa afetar negativamente as ambições portuguesas.
Aguarda-se uma reação da FPF à suspensão de Rubiales pela FIFA.