Em Espanha compra-se e vende-se arte em leilões pelo WhatsApp

Rede social WhatsApp
Rede social WhatsApp Direitos de autor Martin Meissner/AP
Direitos de autor Martin Meissner/AP
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Enquanto 200 galerias e mais de 350 grandes colecionadores se reúnem na ARCO, a maior feira de arte de Espanha, jovens criadores e curadores independentes encontram novos formatos para se aproximarem do público fora dos circuitos convencionais. Leilões por Whatsapp chegam a juntar até 500 pessoas.

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A ARCO, a maior feira de arte de Espanha, regressa a Madrid para a sua 43ª edição com mais de 200 galerias nacionais e internacionais de renome, e 350 colecionadores convidados que, durante estes dias, percorrerão os pavilhões do recinto do certame à procura de se apaixonarem por uma das peças expostas no evento.

As compras na ARCO são normalmente monopolizadas por fundações, instituições públicas, empresas ou grandes colecionadores de arte com poder de compra para pagar milhões de euros por uma peça. 

Mas a compra e venda de arte não se esgotam nas grandes galerias de um evento de grande dimensão como a ARCO. 

Manuel Sánchez-Blanco, engenheiro de profissão, adquiriu uma obra de Arturo Méndez num leilão via Whatsapp.

"Não tenho acesso ao mundo da arte, nem a quadros de artistas emergentes, e a verdade é que é uma forma de conhecer obras e ter acesso a elas de uma forma mais divertida, dinâmica e também a um bom preço", explicou à Euronews.

Manuel Sánchez-Blanco comprou arte via WhatsApp.
Manuel Sánchez-Blanco comprou arte via WhatsApp.AP Photo

O artista Nacho Vergara, fundador do projeto, criou inicialmente os 'subwhatsapps' para uma campanha de angariação de fundos. 

"Há quase um ano, criei o grupo de Whatsapp para promover uma campanha no Kickstarter no sentido de publicar um catálogo para uma exposição. Para ajudar no financiamento, tive a ideia de leiloar uma das minhas obras através do grupo, começando a licitação do zero, e acabou por ser vendida por 375 euros", conta Vergara.

"No final, a campanha Kickstarter não resultou, mas fiquei com um grupo de Whatsapp de 200 pessoas que, de alguma forma, estavam interessadas em arte. Não sabia exatamente o que queria fazer com aquele grupo, mas era claro para mim que tinha de o transformar em algo".

Desde então, o grupo de Whatsapp de Vergara passou a contar com 500 pessoas que seguem o leilão de obras de um artista diferente todas as semanas. 

Os "subwhatsapps" venderam através deste canal inovador obras de artistas com  futuro promissor, como Diocles Laime Montaño, Jacobo Alcalde, Marta Qin e Kimberley Martin Humphrey.

Maza Art

A Maza Art é um projeto fundado há apenas dois anos por Antonio Yera, formado em Londres na casa de leilões Chrtistie's.

Antonio Yera, fundador do projeto Maza Art.
Antonio Yera, fundador do projeto Maza Art.AP Photo

Trata-se de uma casa de leilões adaptada às novas exigências do comprador.

"Em vez de as pessoas estarem sentadas e com uma atitude muito séria, aqui as pessoas estão de pé, a beber um vinho, uma cerveja, um gin tónico, e há um ambiente muito mais descontraído", explicou Yera à Euronews.

Para os artistas, os leilões por Whatsapp tornaram-se não só um veículo de contacto com novos compradores de arte, que muitas vezes permanecem à margem do circuito das galerias e das feiras, mas também uma forma de promoção dos portefólios.

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