Presidente do Parlamento Europeu promete travar "inimigos da democracia"

Roberta Metsola, Presidente do Parlamento Europeu
Roberta Metsola, Presidente do Parlamento Europeu Direitos de autor European Union, 2022.
Direitos de autor European Union, 2022.
De  Sandor ZsirosIsabel Marques da Silva
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Roberta Metsola disse que "os nossos serviços têm vindo a trabalhar, há algum tempo, com as autoridades policiais e judiciais".

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"Inimigos da democracia". É assim que a Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, classifica os implicados no escândalo de corrupção que está a abalar esta instituição da União Europeia (UE), desde sexta-feira.

Numa intervenção na sessão plenária, em Estrasburgo (França), segunda-feira, Metsola usou palavras duras para comentar o caso que envolve, entre outros, a eurodeputada socialista grega Eva Kaili, uma das suas vice-presidentes.

"Estes agentes malignos, ligados a países terceiros autocráticos, alegadamente transformaram em armas uma organização não-governamental, sindicatos, indivíduos, assistentes e eurodeputados num esforço para subverter os nossos processos. Os seus planos maliciosos falharam", disse Roberta Metsola.

"Os nossos serviços, dos quais estou incrivelmente orgulhosa, têm vindo a trabalhar, há algum tempo, com as autoridades policiais e judiciais nacionais relevantes para desmantelar esta alegada rede criminosa", acrescentou.

A presidente diz que foi lançado um procedimento contra Kaili para lhe retirar definitivamente o título e as funções de vice-Presidente do Parlamento Europeu, os quais já estão suspensos.

O grupo Socialistas e Democratas, de centro-esquerda, ao qual pertence à maioria das pessoas implicadas no escândalo, levou a cabo uma reunião de emergência.

Impacto na reputação da instituição

Mas podem estar certos de que manteremos o nosso claro compromisso de lutar contra a corrupção, de sermos transparentes e de tomarmos uma posição forte e firme.
Iratxe García Pérez
Líder, Socialistas e Democratas, Parlamento Europeu

A líder da bancada, Iratxe García Pérez, disse à euronews que se devem demitir todos os implicados no escândalo: "Hoje é um dia negro para as instituições europeias e, claro, para o Parlamento Europeu e para a nossa família política. Mas podem estar certos de que manteremos o nosso claro compromisso de lutar contra a corrupção, de sermos transparentes e de tomarmos uma posição forte e firme".

Temendo o impacto na reputação de toda a câmara, uma eurodeputada alemã dos Verdes, Viola von Cramon-Taubadel, afirmou que não se deve tomar o todo pela parte.

"Não estamos todos no mesmo cesto. Penso que é importante dizer que há alguns indivíduos que, obviamente, por qualquer razão, estão dispostos a aceitar dinheiro e a ser corruptos. Mas, em geral, a maioria neste parlamento trabalha arduamente, os membros do parlamento trabalham pela causa política e não pelo dinheiro".

A presidente do Parlamento Europeu anunciou, num comunicado de imprensa, que vai lançar um processo de reforma para melhor escrutinar quem tem acesso às instalações e quem são os financiadores das entidades que pedem audiências com os legisladores.

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