A euronews falou com Hans Zimmer, um dos compositores mais prolíferos e mais premiados do mundo do cinema, autor de dezenas de bandas sonoras do rei Leão a Dune.
euronews: "Qual foi o filme mais desafiante em que trabalhou?"
Hans Zimmer: "Cada um dos filmes em que trabalhei foi desafiante. Cada vez que aceitamos um trabalho ficamos muito entusiasmados. Eu ia para casa com aquela sensação da página em branco. E quando fazemos muitas composições, tudo se torna mais intenso, porque em cada projeto as pessoas querem algo novo. A página fica mais branca. Ficamos a olhar para a página branca, a torturar-nos. No final tive muitas oportunidades, histórias, viagens, sem falar nas pessoas que pude conhecer, com quem pude trabalhar, nomeadamente, os músicos que tocam comigo".
euronews: "Vai estar no Dubai para um espetáculo ao vivo em palco. O que podem esperar os seus fãs? O que é que vamos ver?"
Hans Zimmer: “O caos. Não, não. Vai ser um pouco diferente. É um dos meus problemas. Quando alguém me diz o que devo fazer, eu faço o contrário. E uma das coisas que nos disseram no início foi que o tempo de atenção do público é muito curto hoje em dia, e por isso não fazia fazer nada de muito longo. Os Piratas, por exemplo, duram 14 minutos. O Dark Knight tem 22 minutos. São peças grandes. E eu tenho um supergrupo neste momento. Quero dizer, provavelmente tenho o melhor grupo de músicos que alguém alguma vez teve. E depois há o notável John Featherston, que é o nosso designer de iluminação. Po outro lado, atualmente, o que quer que faça, vejo isso como uma grande festa. Estamos apenas a ter uma conversa”.
euronews: "Será apenas um espetáculo agradável e íntimo com quantos milhares de pessoas?"
Hans Zimmer: ”Não sei. Entre 12 e 20 mil pessoas. É assim que tem de ser. E no fundo a única coisa que tenho de fazer é contar mais histórias, basicamente".
euronews: "É um autodidata, creio. Gostou das duas semanas de aulas de piano em criança"
Hans Zimmer: “Por favor, não me chame autodidata. Eu tenho duas semanas de aulas de piano. Elas tiveram a sua importância".
euronews: "Não gostou? Porque decidiu que o piano não era para si?"
Hans Zimmer: "Não. Vou dizer-lhe exactamente porquê. É muito estúpido e muito infantil. Eu tinha seis anos. E a minha mãe disse: "Queres um professor de piano? E eu pensava que um professor de piano era alguém que me ensinaria todas aquelas melodias que eu ouvia na minha cabeça , para transpô-las para o s teus dedos. Mas, não é isso que eles nos ensinam. Ensinam-nos solfejo e a música de outras pessoas. Eu não queria tocar a música de outras pessoas".
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