Festival de Literatura Airline dos Emirados promove talentos locais e internacionais

O Festival de Literatura Airline dos Emirados Arabes Unidos quer afirmar-se como uma plataforma para celebrar talentos internacionais e locais.
Cerca de 180 autores de 50 países ao longo de 11 dias. São os ingredientes da 14º edição do evento, descrito como a maior celebração da palavra escrita e falada no mundo árabe.
David Walliams, estrela da televisão britânica e autor de livros para crianças, é uma das grandes atrações da edição deste ano.
“É maravilhoso ser convidado para um festival literário porque podemos conhecer outros autores e muitos leitores. Os livros criam uma ligação muito especial com o público. Uma coisa é estar na televisão, outra coisa é estar diante de um público que leu um dos seus livros. As pessoas sentem-se muito próximas do autor, é uma bela oportunidade para o público, para conhecer autores, fazer perguntas. E nós podemos assinar livros e ter uma noção do que o leitores gostam", disse o autor.
O livro mais vendido de David Walliams,‘Gangsta Granny', celebra este ano o 10º aniversário. A obra conta a história de Ben, um menino obrigado a passar todas as sextas-feiras em casa da avó. Um dia Ben descobre que ela não é apenas uma pessoa que cheira a couves e que joga scrabble mas que é alguém com uma vida secreta extraordinária.
“Tento criar livros divertidos, engraçados que suscitam entusiasmo para que as crianças tenham vontade de ler. Porque obviamente, quando se é criança, os professores aconselham leituras, os pais dizem que é preciso ler. Mas penso que o melhor é quando as crianças escolhem a leitura por si próprias", sublinhou o escritor.
Talentos locais e internacionais
A tetraneta de Charles Dickens marcou presença no evento onde falou do seu mais recente livro.
"Uma das coisas que adoro nos festivais literários é o facto de reunir pessoas diferentes, de todas as partes do mundo. E nos últimos dois anos vimos a tendência das pessoas para se tornarem insulares quando não podem viajar. Quando lhes dizem para ficar numa bolha, e manter-se em segurança. É bom estar aqui, respirar e sentir o ambiente, estou rodeada de pessoas com a mesma opinião. Tenho conhecido pessoas fascinantes. E tido conversas maravilhosas. Dickens foi um grande viajante. Acabei de escrever um livro chamado “Dickens and Travel”, que será publicado no final deste ano, e foi espantoso para mim descobrir o quanto ele viajou no século XIX. As pessoas não imaginam as viagens que as pessoas faziam na era vitoriana. Dickens teria adorado este evento. Ele foi uma das primeiras pessoas a fazer uma espécie de digressao para apresentar um livro. é visto como o primeiro autor moderno porque esteve na América, no Canadá e em Itália para falar sobre os seus livros", contou Lucinda Dickens-Hawksley.
Além dos talentos internacionais, o evento promoveu autores locais como a escritora e ilustradora dos Emirados Árabes Unidos, Maitha Al Khayat. "Penso que estamos a viver num mundo onde tudo se funde e as pessoas têm dificuldade em encontrar-se a si próprias, a encontrarem a sua identidade. Por isso, penso que, ao escrevemos histórias sobre a nossa cultura, mostramos quem somos e de onde vimos e isso isso é muito importante", frisou a autora. E acrescentou: "É importante que as pessoas do mundo inteiro ouçam a nossa história. Temos tantas histórias incríveis debaixo das nossas mangas. Estamos a transbordar com tantas histórias. Queremos partilhá-las com o mundo e este é o sitio perfeito para fazê-lo”.