Kosovo e Sérvia devem retomar o diálogo e travar agravamento do atrito

Foto das delegações internacionais com o Presidente Aleksandar Vučić
Foto das delegações internacionais com o Presidente Aleksandar Vučić Direitos de autor Presidência sérvia via AP
Direitos de autor Presidência sérvia via AP
De  Francisco Marques
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Enviados especiais para os Balcãs da União Europeia e dos Estados Unidos visitaram Pristina e Belgrado quase um mês após ataque que agravou tensão

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O Kosovo e a Sérvia devem "cumprir totalmente as obrigações" e "retomar o diálogo de imediato", avisou este sábado o emissário especial europeu para os Balcãs.

Miroslav Lajčák e o homólogo dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, lideraram a primeira visita diplomática a Belgrado e a Pristina de uma delegação internacional quase um mês depois de 30 sérvios terem irrompido pelo norte do Kosovo e matado um polícia, agravando aquele atrito histórico nos Balcãs.

Ao lado dos enviados especiais estiveram também representantes diplomáticos de Alemanha, Espanha e França.

"Os acontecimentos de 24 de setembro sublinharam de forma muito clara que tanto um desagravamento como uma normalização são agora mais urgentes que nunca. Quaisquer condições ou adiamentos são inaceitáveis e também esperamos que o Kosovo e a Sérvia cumpram totalmente as obrigações de diálogo", afirmou o enviado especial europeu em Pristina.

A União Europeia e os Estados Unidos pretendem que Kosovo e Sérvia, dois candidatos a entrarem no anunciado alargamento do bloco europeu, cumpram o plano de 10 pontos apresentado pelos "27" em fevereiro para pôr fim ao atrito político. Na altura, ambos os países aceitaram a proposta sob reserva.

O atrito, no entanto, tem vindo a agudizar-se na região norte do Kosovo, onde existem diversos municípios de maioria étnica sérvia e o ataque do mês passado elevou a tensão.

O enviado europeu quer ver as conclusões da investigação em curso ao ocorrido a 24 de setembro, mas agora também espera que o Kosovo permita a criação de uma associação de municípios de maioria sérvia no norte do país, algo que o governo de Albin Kurti receia que se torne na primeira pedra para uma mini república separatista sérvia.

Miroslav Lajčák mostrou-se favorável ao levantamento das sanções europeias em vigor contra o Kosovo, mas lembrou que antes disso é preciso dar os passos necessários para apaziguar a tensão no norte daquele país.

Outras fontes • AP, AFP

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