Outubro bate recorde de calor e coloca 2023 na rota para ser o ano mais quente de sempre

Outubro arrancou em Paris como se ainda fosse verão
Outubro arrancou em Paris como se ainda fosse verão Direitos de autor AP Photo/Michel Euler, Arquivo
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De  Francisco Marques
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Os dados recolhidos pelo Copernicus permitem já antecipar 2023 como o mais quente dos últimos 125 mil anos, mas isso não parece preocupar os maiores países exploradores de combustíveis fósseis

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Outubro bateu este ano o recorde da média de calor para este mês, com 1,7 graus centígrados (°C) acima da média pré-industrial (1850-1900) para o décimo mês do ano e quatro décimas acima do anterior recorde fixado em 2019.

Só a temperatura do ar foi registada 0,85°C acima da média mensal para outubro registada entre 1991 e 2020.

A temperatura média do mar durante o décimo mês do ano foi de 20,79.°C, também um novo recorde em outubro.

Este foi também o quinto mês consecutivo a bater o recorde global de calor, o que coloca "virtualmente" 2023 como o mais quente dos últimos 125 mil anos, revela Samantha Burgess, a diretora adjunta do Serviço de Alterações Climáticas do Copernicus.

"Quando combinamos os nossos dados [n.que começam em 1940] com os do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas [IPCC], podemos dizer que este é o mais quente dos últimos 125 mil anos", explicou Burgess.

Em termos europeus, este mês de outubro é o quarto mais quente desde que há registos (1940), está 1,3.°C acima da média de 1991-2020.

Embora tenha sido um mês marcado também por fortes tempestades na Europa, houve também incêndios, por exemplo, em Espanha.

O maior aquecimento dos oceanos é uma das causas para este calor fora de tempo, um dos problemas, nomeadamente, nas vinhas e nos olivais, contribuindo, por exemplo, para a atual inflação no preço do azeite.

Apesar de tudo, um relatório da ONU prevê que nos próximos anos, em vez de se assistir à prometida redução, os maiores produtores de combustíveis fósseis devem aumentar as explorações petróleo, gás e carvão  em 110%.

Esses países devem inclusive dobrar os níveis recomendados pelo Acordo de Paris, ameaçando contribuir ainda mais para o aquecimento global e colocar o planeta mais longe da meta desejada de um aquecimento limitado a 1,5.°C acima dos níveis pré-industriais em 2050.

Atualmente, de acordo com a média de janeiro a outubro, em 2023 já estamos 1,43.°C acima da média pré-industrial e 0,10.°C acima da média de 2016, o ano mais quente nos registos até à data.

Por outro lado, embora o fenómeno El Niño se continue a desenvolver no Pacífico equatorial, as atuais anomalias mantêm-se abaixo das registadas nesta altura do ano durante o desenvolvimento dos historicamente fortes eventos de 1997 e 2015", lê-se no relatório da agência meteorológica do Copernicus.

Outras fontes • AP

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