Acordo de Paris sobre o clima entra em vigor

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De  Euronews com AFP
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Menos de um ano sobre a adopção do Acordo de Paris por 195 países na sequência da cimeira COP21, e 30 dias após a passagem do nível mínimo de ratificação, no passado dia 5 de outubro, entra esta sexta

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Menos de um ano sobre a adopção do Acordo de Paris por 195 países na sequência da cimeira COP21, e 30 dias após a passagem do nível mínimo de ratificação, no passado dia 5 de outubro, entra esta sexta-feira em vigor o novo acordo mundial de Paris sobre o clima.

A 12 de dezembro de 2015, o presidente da conferência, Laurent Fabius, dizia:

“Olho em torno da sala e vejo que a reação é positiva, não ouço quaisquer objeções, o acordo de Paris sobre o clima está aceite. Convido agora a COP a adotar a decisão intitulada “Acordo de Paris”.

Nas ruas contudo o sentimento era diferente. Os esforços dos conferencistas não foram vistos com bons olhos pelos ativistas que criticaram de antemão os métodos de luta contra o aquecimento do planeta manifestando-se em frente à Torre Eiffel e criticando o acordo por favorecer os países e as empresas petrolíferas.

Uma ativista britânica, Siriol Hugh-Jones expressou dúvidas de que o acordo fosse justo para todas as nações.

“Falou-se muito e é bom que os países mais pequenos falem de 1,5 graus mas não houve acordo, e os países ricos não estão a fazer nada. Estão todos comprometidos com as petrolíferas”, afirmou.

Há um mês, a 4 de outubro, a União Europeia ratificou o acordo de Paris o que permitiu ultrapassar o limite mínimo para este acordo global entrar em vigor.

Para tal, o acordo tinha que ser ratificado por 55 países representando pelo menos 55% das emissões de gases com efeito de estufa. O Parlamento Europeu validou o acordo de Paris no dia 4 de outubro.

Martin Schulz, o presidente do Parlamento Europeu anunciava assim este desenvolvimento:
“O nosso voto abre caminho ao cumprimento dos limites mínimos para que o acordo seja implementado a nível mundial.”

Até ao dia 3 de novembro, 97 dos 192 países que assinaram o acordo já o ratificaram. Contudo, esta ratificação só assume a plenitude depois do apoio dos Estados Unidos e da China, os dois principais países poluidores.

“O secretário-geral da ONU esteve presente num encontro na China onde foi presenteado com os instrumentos de ratificação dos Estados Unidos e da China. Esperamos que quem venha a ocupar a Casa Branca em 2017 continue o papel de liderança assumido pelos Estados Unidos”, afirmava Stephane Dujarric, porta-voz do Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

A entrada em vigor abre caminho a mais negociações sobre o clima servindo ainda de incentivo a outros países no sentido de limitar o aquecimento global abaixo dos dois graus centígrados. Segundo os peritos do clima, as emissões de gases com efeito de estufa deverão ser reduzidas de 40% a 70% entre 2010 e 2050.

A nova Conferência do Clima decorre em Marraquexe entre 7 e 18 de novembro. Apesar dos progressos alcançados, a cimeira tem ainda muito trabalho pela frente pois é necessário discutir formas de transição económica e energética sem precedentes. Um dos principais problemas é sem dúvida a questão dos financiamentos no sentido da criação de atividades que promovam a redução ou eliminação do carbono.

O Acordo de Paris, que entrou em vigor hoje, não é suficiente para evitar as piores catástrofes climáticas https://t.co/6DYMOz12YS

— Alexandre Mansur (@alexmansur) November 4, 2016

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