Impasse grego e crescimento no menu dos líderes da UE

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De  Euronews
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A crise na Grécia e as medidas para o crescimento económico que vão dominar a cimeira extraordinária dos líderes da União Europeia, num jantar informal esta quarta-feira, em Bruxelas, dominaram também a sessão plenária dos eurodeputados, reunidos em Estrasburgo.

O líder dos socialistas elencou a sua prioridade: “Estamos a viver um nível historicamente baixo de investimento público, portanto é o momento de o promover”, disse Hannes Swoboda.

Já o líder dos liberais defende a criação das euro-obrigações: “Espero que possa haver um avanço na posição da Alemanha, no sentido oposto ao atual, ja que é óbvio que nunca saíremos da crise se não tivermos as euro-obrigações e um fundo de garantia para amortizar esses títulos de dívida soberana europeia. Sem isso não há saída para a crise, porque países como Espanha e Itália vão continuar a ser confrontados com a taxas de juro sobre os seus pedidos de empréstimo de 6% ou mais”, afirmou Guy Verhofstadt.

Se as eleições francesas deram um novo elã à questão do crescimento, é o impasse político na Grécia que causa mais preocupação.

O líder do partido popular europeu deixa um aviso a Atenas: “Se a crise continuar a aprofundar-se na Grécia, temos de desenhar um plano que permita ao país deixar a zona euro. Eu sou muito claro sobre este dossiê e, pessoalmente, quero dizer aos gregos que têm de falar de forma franca e assumirem o que querem”, referiu Joseph Daul.

Temas analisados pelo investigador sénior do Centro de Política Europeia, Janis Emmanouilidis, entrevistado pela correspondente da euronews em Bruxelas, Isabel Marques da Silva.

“Não concordo com aqueles que defendem a saída da Grécia na fase atual como sendo a solução certa. Não seria de grande ajuda para os gregos e ainda implicaria grandes riscos. Vimos as reações às eleições de 6 de Maio, quando o Syriza e outros partidos radicais atraíram tantos eleitores. Como reagiriam os mercados à saída da Grécia da zona euro? Essa saída poderia ser o rastilho para algo ainda pior, não é uma opção”, disse o analista.

Sobre o fomento do crescimento, existem propostas para potenciar o Banco Europeu de Investimento e para uma melhor utilização dos fundos comunitários. Mas vários países, como a França e a Itália, defendem a criação de euro-obrigações (títulos de dívida soberana emitidos ao nível da UE), aos quais se opõe a Alemanha.

“Não penso que as euro-obrigações, ou qualquer tipo de mutualização da dívida, sejam um tabu. O assunto tem estado em cima da mesa há algum tempo e tem sido levantado por personalidades importantes, nomeadamente o governo federal alemão. Mas tal teria que ser parte de um pacote de medidas, porque não haverá nenhum tipo de mutualização se não forem dados passos no sentido de algo que seja digno de ser chamado união orçamental ou união económica”, explica Janis Emmanouilidis.

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