BCE alerta para volatilidade e OPEP deixa tudo como está

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Neste edição, vamos falar sobre as consequências provocadas pelo último anúncio do Banco Central Europeu (BCE); no Business Snapshot, abordamos o

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Neste edição, vamos falar sobre as consequências provocadas pelo último anúncio do Banco Central Europeu (BCE); no Business Snapshot, abordamos o otimismo da OPEP, que decidiu manter os níveis de produção atuais.

Mario Draghi apanhou os mercados desprevenidos. Os comentários positivos que o presidente do BCE fez aos resultados do programa de flexibilização quantitativa acabaram por produzir um impacto negativo sobre as obrigações europeias, na medida em que sugerem a continuação da volatilidade. O euro também sentiu repercussões. Aqui estão alguns dos fatores em causa.

A volatilidade veio para ficar

O Banco Central Europeu decidiu manter as taxas de juro nos 0,05%. Mario Draghi afirmou-se otimista relativamente à evolução do programa de flexibilização quantitativa. No anúncio que fez, o presidente do BCE reviu em alta as expetativas para a inflação e avisou os mercados: a volatilidade veio para ficar. Mas salientou que a retoma da zona euro também. “A retoma está a fazer o caminho que as nossas projeções previam. Todos os indicadores, todos os dados, mostram que a procura interna continua sólida na zona euro”, declarou Draghi.

Comentários que provocaram uma subida no valor das obrigações europeias, sobretudo as do governo alemão, que atingiram o nível mais alto deste ano. Trata-se de títulos classificados entre os mais seguros.

O euro subiu em relação ao dólar na semana passada, para perto dos 1,14, na maior escalada desde meados de maio. O programa massivo de compra de títulos implementado pelo BCE no passado mês de março prevê a aquisição de papéis no valor de 60 mil milhões de euros por mês até setembro.

A opinião de Nour Eldeen Al-Hammoury, da ADS Securities

euronews:Em março, falava-se na paridade entre o euro e o dólar. Como é que analisas a subida da moeda europeia na semana passada? É uma tendência que vai continuar?

Nour Eldeen Al-Hammoury:A paridade entre o euro e o dólar pode não surgir tão cedo quanto os mercados esperam. A economia americana vai, provavelmente, abrandar, o que vai obrigar o Fed a aguardar mais tempo até subir as taxas de juro. Entretanto, as oscilações do euro deverão continuar devido à situação da Grécia e à incerteza em torno das políticas da Reserva Federal americana.

euronews:Se as obrigações continuarem a subir, é expectável que o BCE decida alargar o programa de flexibilização quantitativa?

Nour Eldeen Al-Hammoury:Nós achamos que o BCE vai tentar intervir, mas não através da injeção de liquidez no programa de flexibilização quantitativa. O BCE pode começar a intervir mas através de comentários do presidente, para acalmar os mercados. Se isso não surtir efeito, então sim, poderá haver injeção de liquidez. Mas, por agora, não é provável.

euronews:Quanto ao desfecho da reunião da OPEP, que foi o esperado, os preços do petróleo caíram na mesma… Como é que o mercado se vai comportar até dezembro?

Nour Eldeen Al-Hammoury:Estamos ainda muito longe de atingir níveis perto dos 100 dólares por barril. Agora é tempo de nos prepararmos para dois momentos cruciais. Primeiro, a decisão do Fed e segundo, o eventual acordo definitivo entre o Irão e as grandes potências. Por isso, os preços deverão oscilar entre margens muito apertadas. Também é preciso não esquecer a importância dos indicadores económicos globais. Uma recuperação após o abrandamento atual pode trazer ainda mais ganhos.

Business Snapshot: ‘O petróleo não volta a atingir os 100 dólares’

A reunião da OPEP terminou, na passada sexta-feira, com os países membros a decidir manter o volume de produção de petróleo, pelo menos até ao próximo encontro no dia 4 de dezembro.

Sob a orientação da Arábia Saudita, a organização confirmou que não pretende mudar a estratégia de incentivo ao consumo do ouro negro, depois das quedas acentuadas, combatendo ao mesmo tempo a exploração americana do petróleo de xisto.

Os preços do barril caíram para os 58 dólares na semana passada, perante as declarações do secretário-geral da OPEP, Abdallah Salem El-Badri: “A realidade de hoje é que não podemos atingir outra vez os 100 dólares. Isto é um ciclo e o barril tem menos valor.”

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