O filme de Fatih Akin consagrou o cinema alemão pela primeira vez desde 2009, ano em que "O Laço Branco", de Michael Haneke, arrecadou também o Globo de Ouro.
"Uma Mulher não Chora" foi o vencedor do Globo de Ouro deste ano para melhor filme estrangeiro na 75ª edição dos prémios da Imprensa Estrangeira em Hollywood.
Centrada na personagem Katja Sekerci, interpretada por Diane Kruger, a obra realizada por Fatih Akin faz uma reflexão no grande ecrã sobre o terrorismo e o radicalismo de extrema-direita com o luto de uma mulher pela morte do marido e do filho e o seu crescente desejo de vingança.
Em declarações prestadas este domingo na gala realizada em Beverly Hills, nos Estados Unidos, a atriz confessou que já esperava por um papel ao fim de 25 anos fora da Alemanha.
"Eu já esperava por um papel fora da Alemanha. Eu deixei o país há 25 anos, pelo que, de facto, não conheço muitas pessoas na indústria cinematográfica alemã. No entanto, ele [Fatih Akin] sempre foi o realizador dos meus sonhos, sempre. Por isso, fui ter com ele até Cannes há cinco anos para lhe implorar por um papel. E ele lembrou-se", confessou.
A Imprensa estrangeira em Hollywood rendeu-se à obra de Fatih Akin e deu assim à Alemanha a sua primeira vitória desde 2009, quando Michael Haneke também triunfou na mesma categoria com o filme "O Laço Branco".
"É, de facto, um filme que aborda o radicalismo de extrema-direita, o nazismo e também o racismo, que se tornou não apenas um problema alemão, mas um problema mundial. É, por um lado, um filme alemão, feito com apoios alemães, mas que está ter impacto em todo o mundo", afirmou Fatih Akin.
O desempenho no filme valeu já a Diane Kruger, de 41 anos, o prémio de melhor atriz no último Festival de Cannes. Agora, todas as atenções estão centradas no dia 23 de janeiro, quando forem conhecidas as nomeações para os Óscares, sendo que a película alemã está entre a lista de nove finalistas.
"Uma Mulher Não Chora" tem estreia marcada em Portugal para o dia 18 de janeiro.