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Amy Boulden: "O confinamento deu às pessoas vontade de jogar golfe"

Amy Boulden: "O confinamento deu às pessoas vontade de jogar golfe"
Direitos de autor  euronews   -   Credit: Dubai

Entrevistámos a golfista profissional do País de Gales Amy Boulden por ocasião do Dubai Moonlight Classic, um dos poucos torneios mundiais deste desporto a decorrer de noite.

Jane Witherspoon, Euronews: Conte-me como começou no golfe. Teve uma carreira amadora incrível, que penso que começou quando tinha 13 anos.

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Amy Boulden: Sim, representei pela primeira vez o País de Gales, de onde sou, quando tinha 13 anos. Quando entrei no golfe, tinha cerca de seis anos. Venho de um passado de golfe - o meu pai era o encarregado do meu clube. A minha irmã era a encarregada do clube de Abu Dhabi. Por isso, sem dúvida, não tinha outra escolha senão jogar golfe quando era mais nova. E adoro. Tenho muita sorte por poder viajar pelo mundo a jogar golfe.

Profissionaliza-se aos 21 anos. Como foi a transição?

Na verdade, achei bastante fácil. Senti que tinha feito tudo o que queria fazer como amadora, fui para a escola de qualificação. Não recebi logo o cartão definitivo, mas acabei por receber alguns convites e joguei bem nesses torneios. Aproveitei ao máximo a oportunidade e tirei assim o meu cartão. E é uma loucura pensar que estou a chegar ao fim da minha sexta temporada no circuito.

Creio que em 2019 teve uma pequena baixa no desempenho, mas tem essa resiliência típica dos galeses e acabou por vencer o seu primeiro Open, o Swiss Ladies Open em setembro.

Sim. Por isso, decidi jogar na América no ano passado. Joguei no Symetra Tour e só queria um pouco mais de experiência de jogo nos Estados Unidos, para ser honesta. Por causa disso, acabei por perder o meu cartão do Tour Feminino Europeu. Tive de voltar à escola de qualificação, o que foi difícil, no início deste ano. Acabei por passar, ganhar esse torneio e recuperar o meu estatuto no Tour. Durante o confinamento no Reino Unido, treinei com muito afinco. Felizmente, o meu namorado é o meu treinador, o que ajuda.

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Fica tudo em família...

Sim. Assim, tive um bom regime de prática em casa e consegui a minha primeira vitória há algumas semanas.

Como é que se sentiu? Já desceu à terra?

Sim, foi um enorme alívio. Quando venci o torneio, estava obviamente a jogar muito bem golfe, mas não estava ainda a dar o melhor que podia dar. Penso que é muito positivo saber que se pode ganhar, mesmo talvez não estando a jogar ao nosso melhor nível. Sempre pensei que quando se consegue a primeira vitória, tudo iria ser perfeito. Na verdade, o golfe não é assim. No entanto, estive muito bem toda essa semana e é muito bom ultrapassar esse primeiro obstáculo.

Mulher num desporto "de homens"

Qual é, para si, a importância que a capacidade de recuperar tem no desporto? O sentir que é capaz...

Muita, sem dúvida. Há grandes histórias no desporto, nomeadamente no golfe. Veja quem ganhou o British Open feminino deste ano, Sophia Popov, que passou por tantas lutas com lesões e pensou em desistir. Por isso, é preciso ter muita resiliência. É preciso perseverar muito.

Como é ser mulher no que é tradicionalmente visto como um desporto dominado pelos homens?

Quando estava a crescer, era a única golfista júnior feminina no meu clube de golfe, à exceção das minhas duas irmãs. Habituamo-nos a crescer com os rapazes. E penso que foi isso que me ajudou, para ser honesta. Fez com que o meu jogo se tornasse muito mais rápido, porque os rapazes eram sempre muito melhores. Iam sempre mais longe do que eu. Por isso, estava a tentar acompanhá-los. Penso que isso está a melhorar.

É preciso ter muita resiliência e perseverar.
Amy Boulden
Golfista profissional

Acha que o desporto se está a readaptar à igualdade de género? Viu mudar algo nos últimos anos, desde que se tornou profissional?

Sem dúvida. Há grandes clubes de golfe que antes não deixavam as mulheres jogar ou sequer entrar no clube. Agora, as regras estão a mudar. As próprias regras de vestuário estão a mudar para as mulheres, estão a acompanhar o tempo. Por isso, penso que houve uma grande melhoria ao longo dos últimos anos.

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Tem havido uma grande mudança na Arábia Saudita. Sei que vai lá depois de terminar aqui. O que pensa sobre esta mudança, sobre o facto de permitirem que as mulheres joguem golfe pela primeira vez? É uma grande notícia.

Sim, penso que este ser um dos primeiros desportos profissionais para as mulheres permitidos ali é um ótimo momento para elas. Sou embaixadora do golfe saudita e estou muito orgulhosa de as representar durante as próximas semanas. Já lá estive várias vezes e gosto sempre de lá estar. O golfe está a florescer ali. Os campos são espantosos, por isso estou entusiasmada com o facto de elas poderem experimentar os campos de golfe sauditas, penso que vão adorar.

Estamos aqui no Emirates Golf Course para esta competição em que participa, o Moonlight Classic. É muito diferente jogar à noite?

É muito diferente. Tive a minha primeira experiência no ano passado a jogar neste evento. Começamos a jogar com luz natural e terminamos de noite. O mais difícil é a altura da transição, quando começa a escurecer e os holofotes se acendem. Mas penso que vai ser emocionante. Na verdade, ontem à noite, joguei uma ronda de treino no escuro. É preciso habituarmo-nos. É um conceito muito divertido. Faz com que as pessoas falem deste evento, que é diferente do que todos os outros estão a fazer.

 O golfe é muito forte aqui no Dubai. Como são as instalações? Já jogou nos melhores campos de golfe em todo o mundo.

Sim. Acho que ajuda o facto de o tempo aqui ser tão bom. Isso ajuda muito. As condições de todos os campos de golfe são sempre surpreendentes aqui. Na verdade, tenho tendência a vir aqui no inverno, quando no Reino Unido não se pode jogar ou praticar. Adoro vir ao Médio Oriente e poder trabalhar no meu jogo. Penso que é o local perfeito para vir. Assim que o Natal acabar, ponho-me no avião outra vez para cá, tenho a certeza. A minha irmã esteve aqui alguns anos, penso que venho cá desde os 15 ou 16 anos.

Como é que a Covid afetou o jogo?

No início do confinamento, quando o Reino Unido entrou em quarentena pela primeira vez, foi bastante duro. Obviamente, não era possível treinar nos campos, mas mesmo assim as pessoas aproveitaram ao máximo. Os putting greens portáteis, que se podem pôr na carpete ou no jardim, esgotaram, o que mostra bem como as pessoas sentiam falta de jogar golfe. Assim que o confinamento acabou, toda a gente foi jogar, era quase impossível fazer uma marcação no meu clube. Foi um aspeto positivo a ter saído dessa situação.

O que tem sido muito bom ver é como torneios como este têm sido tão bem organizados, em coisas como manter o distanciamento social, fazer com que toda a gente use máscaras e que tudo seja desinfetado. Isso tornou as coisas mais fáceis para vocês?

Com certeza. As pessoas estavam muito ansiosas por voltar a viajar. Viajamos por todo o lado em contacto com as pessoas, mas cada torneio que jogámos tem sido muito bem organizado, as pessoas fazem o melhor que podem para nos manter seguros, sempre distanciados, com máscaras. Estamos numa espécie de bolha, em contacto apenas uns com os outros. Fazem-nos testes todas as semanas antes de jogarmos e sabemos que estamos em boas mãos.

Que conselho daria a uma jovem rapariga que aspire a fazer uma carreira profissional no mundo do golfe?

Se estão a assistir a esta entrevista, podem ver que estou aqui ao sol no Dubai, por isso acho que não preciso de dizer muito. Temos muita sorte em poder viajar pelo mundo e visitar lugares incríveis. Somos muito bem tratados. Lembro-me de crescer e de o meu pai me mandar para a zona de treino do campo, mesmo quando estava a cair granizo gelado. Isto vale toda a prática e o trabalho que dedicamos. Quando acabamos por entrar no circuito, divertimo-nos imenso e é muito agradável para todos.