Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE aprovaram, esta segunda-feira, conclusões sobre "Uma Europa Globalmente Conectada" para ligar a Europa ao mundo
A União Europeia (UE) está a desenvolver uma abordagem própria que promete fazer sombra à iniciativa chinesa da "Nova Rota da Seda."
Entre outros projetos, Pequim já investiu no porto grego de Pireu e tem interesse em Itália, o que mostra a importância do mar Mediterrâneo para projetos de transporte e infraestrutura.
Reunidos em Bruxelas, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE decidiram dar, esta segunda-feira, um novo ímpeto à estratégia de uma "Europa Globalmente Conectada", demarcando um foco de investimento em infraestruturas e quadros regulamentares para ligar a Europa ao mundo a partir de 2022.
"[A abordagem] tem um propósito mais amplo de colocar a conectividade no centro de nossa política externa. Começámos a fazer isso há dois anos, com nosso acordo com o Japão. Mas atualmente é muito importante para nós olhar para os problemas de conectividade com o Médio Oriente, olhar para a Ásia Central e China. Mas não com a mesma abordagem e os mesmos objetivos que a China tem com a Nova Rota da Seda", sublinhou, em conferência de imprensa, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Melhor conectividade significa diversificação das cadeias de valor e redução de dependências estratégicas para a UE e parceiros.
Montenegro, por exemplo, está em apuros para pagar à China um empréstimo para construir a primeira autoestrada do país.
A investigadora Alicia García-Herrero, do think-tank Bruegel, lembrou, em entrevista à Euronews, que é preciso cuidado com o grau de dependência em termos de infraestruturas, mas também em termos comerciais: para evitar estrangulamentos em caso de problemas na cadeia de abastecimento.
“Ao importar, por exemplo, 90% de um produto crítico através de um porto que pertence à China e ao tentar depois, por qualquer motivo, argumentar contra a China, existem dois bottlenecks potenciais: nas importações e nos portos”. disse García-Herrero.
Em junho, o presidente dos EUA, Joe Biden, convenceu os líderes do G7 a apoiar uma “alternativa” à Nova Rota da Seda da China.
A UE sublinha a importância de parcerias de conectividade com países e regiões que comungam dos mesmos valores. Casos dos acordos assinados com o Japão ou a Índia, por exemplo, em matéria digital, de transportes e energia.