Museu Nacional dos Países Baixos mostra o "outro lado" da História
Depois de três séculos de ocupação pelos Países Baixos, em 1945, a Indonésia tornou-se um país independente.
A luta pela autonomia, que durou mais de quatro anos, é o ponto de partida para a exposição que inaugura esta sexta-feira, no Rijksmuseum, o Museu Nacional dos Países Baixos. O olhar de jornalistas, combatentes, artistas, diplomatas, crianças, e de outras pessoas também envolvidas na luta por uma Indonésia livre.
O caminho deixou marcas e a polémica à volta desta exposição mostra que as feridas da história colonial holandesa continuam vivas. Um grupo de representantes das vítimas processou o museu por utilizar o termo "bersiap". A palavra é utilizada nos Países Baixos para referir a violência dos indonésios durante a luta pela independência. O termo é alegadamente racista.
Taco Dibbits, diretor do Rijksmuseum, lembra que muitas pessoas sofreram com a extrema violência durante a revolução e diz que “esta dor ainda é sentida hoje”. “Com a organização de uma exposição que continua a ser muito relevante na sociedade, temos de esperar muitas emoções sobre este assunto e é muito bom que ele seja agora discutido", defende.
Nas escolas, a independência da Indonésia é descrita de uma perspetiva holandesa. Para um maior equilíbrio, curadores indonésios e holandeses criaram esta exposição em conjunto.
Bonnie Triyana, historiador indonésio e curador da exposição, destaca a possibilidade do público conhecer as histórias de quem viveu a revolução.
“Revolusi! Indonesia Independent” oferece uma perspetiva internacional sobre a luta pela independência da Indonésia durante o período 1945-1949. Há mais de 200 objectos em exposição - desde lembranças privadas a pinturas emprestadas pela primeira vez por coleções de arte indonésias.
A Indonésia foi o primeiro país após a Segunda Guerra Mundial a lutar pela independência e a ser reconhecido pelas Nações Unidas, que tinham acabado de ser fundadas. Muitos países seguiram o exemplo.