Cereais no Mar Negro ameaçados pelo Kremlin apesar de cedência da ONU

Navios de exportação de cereais pelo Mar Negro podem ter de parar na segunda-feira
Navios de exportação de cereais pelo Mar Negro podem ter de parar na segunda-feira Direitos de autor AP Photo/Khalil Hamra, Arquivo
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De  Francisco Marques
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Atual acordo expira segunda-feira, Turquia alega compromisso com Putin e Guterres ainda aguada resposta do Presidente russo. Enquanto isso...

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A exportação de cereais da Ucrânia e da Rússia pelo Mar Negro volta a estar em risco devido à invasão militar em curso. O atual acordo da Iniciativa dos Cereais do Mar Negro expira segunda-feira e o Kremlin ameaça não o renovar se não vir respeitadas as respetivas exigências.

António Guterres enviou na terça-feira uma proposta ao Presidente da Rússia com algumas cedências, incluindo, avança a Reuters, repor a ligação de uma subsidiária do banco de investimento agrícola russo Rosselkhozbank ao SWIFT, o sistema internacional de pagamentos. O secretário-geral da ONU ainda aguarda a resposta de Putin.

O Presidente da Turquia disse, entretanto, estar sexta-feira ter um acordo com o homólogo russo para prolongar o acordo, mas o Kremlin não o confirma e ameaça travar a iniciativa .

Na cimeira dos países do Sudeste Asiático, ouviu-se o alerta do secretário de Estado dos Estados Unidos da América.

"É essencial que prolonguemos o acordo da Iniciativa dos Cereais do Mar Negro, que a Rússia está uma vez mais a ameaçar bloquear a 18 de julho. Se Moscovo cumprir a ameaça, os países em desenvolvimento, incluindo na região, vão pagar, literalmente com preços mais altos na comida e maior escassez de alimentos", afirmou Antony Blinken, na Indonésia.

Presente na mesma cimeira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia admitiu as negociações entre Erdogan e Putin para que a exportação de cereais continue independentemente de terceiros, mas Sergey Lavrov não se comprometeu em confirmar um acordo.

Em agosto, Putin tem prevista uma visita à Turquia, mas o atual acordo expira já na segunda-feira e o último carregamento está agora a ser embarcado em Odessa. Depois, os barcos oriundos de portos russos e ucranianos devem voltar a parar e a agravar a crise alimentar mundial.

Outras fontes • AFP, Tass, Anadolu

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