As forças ucranianas recuperaram mais alguns quilómetros de território, embora o líder da Chechénia desvalorize esse sucesso. O Presidente russo voltou a falar
A Ucrânia conseguiu recuperar esta sexta-feira mais alguns quilómetros de terreno na contraofensiva à invasão russa iniciada há quase ano e meio no leste e sul do país.
Só na região de Melitopol, a Ucrânia terá avançado 1.700 metros, estima o Instituto para o Estudo da Guerra, de acordo com os dados compilados na atualização diária.
Na respetiva atualização desta manhã, as forças armadas ucranianas dizem ter registado ao longo de sexta-feira pelo menos 32 confrontos com o inimigo e que a Rússia realizou pelo menos meia centena de ataques aéreos, incluindo o disparo de 43 mísseis e diversos drones de fabrico iraniano, sem ter ainda concluído o levantamento de eventuais danos além de algumas casas particulares.
"Temos todos de entender de forma muito clara, tanto quanto possível, que as forças russas nos nossos territórios a sul e a leste estão a investir tudo o que tem para parar os nossos soldados. E a cada quilómetro que avançamos, cada sucesso dos nossos soldados merece gratidão", afirmou o Presidente Volodymyr Zelenskyy, na habitual comunicação no final de cada de dia.
Num levantamento parcial, sem verificação neutra, as forças armadas da Ucrânia estimaram ainda esta sexta-feira já ter abatido 237.180 soldados afetos ao Kremlin, incluindo 590 só nesta última sexta-feira, 4.102 tanques (+5), 8.019 veículos blindados (+11) e 4.463 sistemas de artilharia (+14) e 425 sistemas móveis de defesa antiaérea (+2).
Do lado russo, a agência TASS relatou uma forte investida ucraniana pela região ocupada de Donetsk e deu conta do anúncio do líder da Chechénia, Ramzan Kadyrov, da captura perto de Bakhmut de oito soldados ucranianos, alegando que os relatos de sucesso ucraniano naquela região são falsos.
A mesma fonte sublinhou ainda a greve numa fábrica de armamento na Escócia, noticiada sexta-feira pelo jornal Mirror, como eventual causa de um atraso na entrega de mísseis Storm Shadow e Brimstone pelo Reino Unido à Ucrânia, que a TASS diz estar a necessitar com urgência de mais armamento.
O jornal britânico explica que os trabalhadores da fábrica escocesa estão a exigir salários mais justos porque "ganham pouco acima do ordenado mínimo e podem ganhar mais a mover 'latas de feijão' em supermercados".
Numa entrevista ao jornal "Kommersant", o Presidente da Rússia admitiu estar ainda a tentar derrubar Yevgeny Prigozhin e assumir o controlo dos mercenários do grupo Wagner.
Vladimr Putin disse ter proposto aos mercenários continuarem a combater na apelidada "operação militar especial" na Ucrânia, mas substituindo a liderança do grupo, o que terá sido recusado pelos paramilitares.
Prigozhin mantém o silêncio iniciado há semanas, praticamente desde a revolta que liderou a 23 e 24 de junho contra as lideranças militares russas.
Entretanto, alguns supostos paramilitares seniores do grupo de Prigozhin foram filmados na Bielorrússia alegadamente a dar formação militar a soldados bielorrussos.