Governo de Benjamin Netanyahu transfere habitantes de 28 localidades, assume não desejar uma guerra contra o Líbano, mas diz-se pronto a contra-atacar também a norte
O atrito continua a agravar-se na fronteira entre Israel e o Líbano, onde o Hezbollah ameaça uma ofensiva sobre o território hebraico se se concretizar a aparente ofensiva iminente israelita contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Por precaução, o governo de Benjamin Netanyahu decidiu evacuar 28 localidades no norte de Israel, num setor de dois quilómetros próximo da fronteira com o Líbano, transferindo os habitantes para hotéis e residenciais pagos pelo Estado.
Por enquanto, o atrito não tem ido além de alguns bombardeamentos de ambos os lados da fronteira e de algumas tentativas de incursão de militantes do Hamas a partir do Líbano.
No domingo de manhã o Hezbollah voltou a disparar artilharia antitanque, provocando a morte de pelo menos uma pessoa no território hebraico. As Forças de Defesa de Israel (IDF) ripostaram com raides aéreos e à noite um quartel-general da força de Paz da ONU no Líbano (UNIFIL) foi atingido.
"Os ataques contra civis ou contra pessoal da ONU constituem violações do direito internacional e crimes de guerra", avisou a UNIFIL.
Israel afirmou no domingo à noite não pretender uma guerra contra o Líbano nem contra Hezbollah, mas o grupo paramilitar libanês é aliado do Hamas, o grupo armado palestiniano que controla a Faixa de Gaza e que lançou há dias um violento ataque contra Israel e provocando uma contraofensiva de dimensões trágicas.
Se o grupo libanês intervir, Israel diz-se preparado para as duas frentes de guerra.
O exército do Líbano revelou ter encontrado pelo menos vinte lançadores de projéteis explosivos nas proximidades da fronteira com Israel, perto da vila de Qlaileh, a sul da cidade portuária de Tyre.
Em comunicado, a força militar do Líbano disse que pelo menos quatro deles estavam armados com projéteis prontos a disparar para território israelita.
Já esta tarde, o Hezbollah reivindicou o ataque a diversos postos militares israelitas próximos da fronteira com o Líbano. As IDF não registaram quaisquer feridos nesses ataques e disseram estar a contra-atacar naquela região.
A ministra dos Negócios Estrangeiros de França vai, entretanto, tentar apelar ao Líbano para evitar o agravamento do conflito já em curso. Catherine Colonna está na região e esta segunda-feira tinha previsto encontrar-se com responsáveis libaneses.
"A França apela a todos os grupos ou Estados que tentam lucrar desta situação para se absterem de o fazer", afirmou esta segunda-feira Colonna, durante uma escala no Egito.
Desde o dia sete de outubro, já morreram pelo menos 1400 pessoas em Israel e mais de 2700 pessoas na Faixa de Gaza. Telavive assegurou ainda que 199 pessoas estarão reféns do Hamas.