Alegados abusos sexuais cometidos pelo cardeal Keith O’Brien levaram ao seu afastamento da liderança da Igreja Católica da Escócia, poucos dias antes do conclave para a escolha do próximo papa.
Um episódio que reavivou a polémica da pedofilia que abala há mais de uma década a Igreja Católica e a que se juntou, em 2012, o escândalo conhecido por Vatileaks.
Neste escândalo, o mordomo de Bento XVI teve destaque como um dos autores da fuga de documentos, tais como cartas e relatórios, sobre encobrimento dos abusos sexuais, corrupção, branqueamento de capitais e lutas de poder no Vaticano.
Temas que deverão ser discutidos pelos cardeais antes da eleição de um novo Papa, após a resignação de Bento XVI, a 13 de Fevereiro, como líder espiritual dos 1200 milhões de católicos do mundo.
O correspondente da euronews em Bruxelas, Rudolph Herbert, entrevistou Hans Küng, professor, teólogo e autor alemão que é um dos mais famosos críticos do atual rumo da Igreja Católica.
Sobre as prioridades do próximo Papa, o teólogo disse que o mais importante “é saber se é competente e capaz de tirar a Igreja da profunda crise em que se encontra; e se tem a força, independência e coragem para o fazer. É algo muito difícil porque todos os bispos foram escolhidos pelo anterior Papa polaco, por forma a seguirem uma linha de fundo: ser contra a ordenação de mulheres, ser contra a contracepção, ser a favor da lei do celibato”.
Sobre as reformas que deve levar a cabo, Hans Küng diz que “o mais importante será uma reforma da Cúria, que governa o Vaticano e que tem tradições medievais, barrocas, ultrapassadas. Precisamos de uma sede para a nossa igreja, de uma administração central, que é eficaz e chefiada por homens competentes e, possivelmente, também com a participação de mulheres”.