Leman: Revista satírica turca recorda Charlie Hebdo

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Em 2002, o jornal Charlie Hebdo e a revista satírica turca Leman fizeram uma publicação conjunta. Um dos cartoons mostrava o falecido caricaturista

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Em 2002, o jornal Charlie Hebdo e a revista satírica turca Leman fizeram uma publicação conjunta.

Um dos cartoons mostrava o falecido caricaturista Wolinski num banho turco e um homem que lhe perguntava: “Porque não aceitam a Turquia na União Europeia?”

Tantos anos depois, em estado de choque com o que aconteceu em Paris, o chefe de redação Zafer Aknar recorda: “Eles próprios diziam que se sentiam sozinhos. É, por isso, que vieram ter connosco. Vieram a Istambul para mostrar que, na realidade, o Islão é uma religião tolerante. Queriam dizer, num país muçulmano há uma revista semelhante. Eles cooperaram connosco para dizer a certas pessoas que o Islão não é como pensam. Mas ninguém os ouviu”.

A Leman existe desde 1991, após o encerramento de uma outra “Limon”.

A revista, muito popular, não poupa críticas às tradições turcas e ataque aos conservadores ou o governo. Mas numa escala inferior ao Charlie Hebdo, como reconhece Zafer Aknar: “Eles eram uma oposição forte. Dirigiram as críticas mais duras para a própria sociedade e sistema. Mas as pessoas não têm consciência disso. Pegam num aspeto e focam-se nele. Porque não olham para o que fizeram? Entre 80 a 90% das suas caricaturas eram contra o próprio governo. Charlie Hebdo apoiou a ocupação do Iraque ou da Líbia? Há um único exemplo de que apoiavam a ocupação francesa da Líbia? Qual foi a guerra que apoiaram? Se fizéssemos o que eles fizeram, não poderíamos sair à rua”.

Sediada em Istambul, num centro cultural perto da Praça Taksim, a revista Leman vive também sob ameaça.

Após a tragédia em Paris, alguns apoiantes do governo turco defenderam, nas redes sociais, ataques semelhantes contra as revistas satíricas do país.

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