As armas do século 21 mais debatidas, os drones, têm sido importantes na luta contra um adversário, sem riscos para pilotos. Mas há outros riscos? Os drones têm sido bem-sucedidos, em eliminar figuras-chave de grupos extremistas, que mataram civis em ataques terroristas na Europa e nos Estados Unidos. Mas também podem matar ou ferir inocentes. São criticados, devido às execuções sumárias, que vão contra a lei internacional. Os drones também são criticados, em relação aos meios mais convencionais, já que há países que utilizam aviões e militares no terreno com grande eficácia.
“The Network” tem como convidados, esta semana, Alain De Neve, investigador do Instituto Superior Real de Defesa, Andrew Stroehlein, porta-voz europeu da Human Rights Watch e Roland Freudenstein, do Martens Centre para os Estudos Europeus.
Sobre a utilização de drones em terrenos de guerra, onde muitas vezes são atingidos civis, Alain De Neve é cauteloso:_ “Não sabemos o quão eficazes são, ou quais são os resultados, na estratégia global dos Estados Unidos e de outros países, que estão a usar drones”. Para além disso, acrescenta que esta “não é uma arma perfeita Pode haver erros na marcação de alvos. Não é fácil distinguir entre civis e militares, no terreno. Há sempre o risco de confusão…”_
Andrew Stroehlein é cético em relação ao uso dos drones mas, principalmente, à mudança das leis para integrar nelas a sua utilização, de uma forma mais permissiva: “O Direito Internacional tem-nos servido bem em muitos casos, e criou regras claras que todos entendem. Estamos a olhar para isto de uma perspetiva muito ocidental. E se a Rússia voar, com um avião não tripulado, sobre a cidade de Varsóvia, ou Londres? Digamos que um drone russo voa sobre Londres e mata alguém que eles dizem é um inimigo. O Ocidente teria legitimidade para ficar, absolutamente, indignado, e isso é o que está a acontecer em muitos casos.”
Roland Freudenstein defende a utilização dos drones e de capacitar os efetivos no terreno com os melhores equipamentos: “Estamos a enviar homens e mulheres para lugares distantes para lutar por nós. Essas pessoas correm o risco de ficar sem pernas, traumatizadas para toda a vida, ou de morrer. Temos a obrigação de lhes dar o melhor equipamento que o dinheiro possa comprar. Essa é a tarefa imediata e é por isso que não acho que vamos, ou que devamos, parar de usar drones.”