FMI: Protecionismo ameaça frágil crescimento da economia mundial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a tendência crescente para o protecionismo é uma ameaça ao crescimento da economia mundial. Este continua a ser frágil seis anos após a crise financeira.
Nas Perspetivas Económicas Mundiais, publicadas esta terça-feira, o FMI não baixa as previsões, pela primeira vez em cinco trimestres, mantendo-as inalteradas.
A economia mundial deverá crescer 3,1% este ano e 3,4% no próximo ano.
.
IMFNews</a> forecasts unchanged for global growth at 3.1%, but weaker for U.S. <a href="https://twitter.com/hashtag/economy?src=hash">#economy</a> in 2016 at 1.6%, compared to July 2.2%. <a href="https://twitter.com/hashtag/IMF?src=hash">#IMF</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/Fed?src=hash">#Fed</a> <a href="https://t.co/LXeY7JMdkb">pic.twitter.com/LXeY7JMdkb</a></p>— Jason Schenker (
PrestigeEcon) 4 de outubro de 2016
Mas de forma surpreendente, o organismo baixa em seis décimas as previsões deste ano para a economia norte-americana. O PIB dos Estados Unidos deverá progredir 1,6% este ano e 2,2% em 2017.
Para este ano, o FMI espera um desempenho superior da zona euro (1,7%). No entanto, a economia união monetária deverá desacelerar para 1,5% em 2017.
Com a vitória do Brexit a alimentar o nacionalismo na Europa e a retórica protecionista da campanha eleitoral norte-americana, o FMI alerta para os riscos que pesam sobre a economia.
O economista chefe do FMI, estima que o crescimento económico “fraco, durante muito tempo e em muitos países está a ter repercussões políticas que podem afetar ainda mais o crescimento mundial”. “O Brexit é apenas um exemplo da tendência”, adianta Maurice Obstfeld.
No caso do Reino Unido, o FMI defende-se de quem o acusa de ter sido demasiado pessimista em relação aos efeitos do Brexit.
O organismo internacional acaba por subir a previsão económica britânica de 1,7 para 1,8%. Mas a economia deverá desacelerar em 2017 para 1,1%, tendo em contas os riscos e as incertezas sobre as futuras relações entre Londres e a União Europeia.
As discussões deverão começar em 2017. O calendário tem estado a penalizar a libra, que está em mínimos de 31 anos face ao dólar.
No caso de Portugal, o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa as projeções económicas. Espera um crescimento de 1% este ano, abaixo da estimativa de 1,4% de abril.
Para 2017, a previsão aponta para um desempenho de 1,1% contra os 1,3% anteriores.