Vencedores e vencidos do acordo comercial UE-Canadá

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De  Isabel Marques da Silva
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Bruxelas voltou a ser palco de protestos contra o acordo de comércio União Europeia-Canadá, mas representantes dos consumidores e dos empresários dizem que houve progressos com o novo texto negociado

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O quarteirão das instituições europeias em Bruxelas encheu-se de manifestantes contra o acordo de comércio entre a União Europeia e Canadá, pouco depois do governo federal belga ter chegado a acordo com a região da Valónia, que o bloqueava há mais de uma semana.

Um manifestante disse que “a batalha está no início. Mesmo que o acordo obtido pela Bélgica seja fraco, houve pela primeira vez um debate democrático de fundo sobre o conteúdo de um acordo de comércio. É o início!”.

A federação europeia das associações de defesa do consumidor (BEUC) está satisfeita com o progresso feito para clarificar o mecanismo a que as empresas poderiam recorrer para processar os governos.

Monique Goyens diz que “a famosa linha vermelha tem a ver com o sistema de arbitragem. Mesmo para os consumidores que nunca se desloquem ao Canadá, esse sistema poderia ter inconvenientes. A longo prazo, a proteção dos investidores através de meios de arbitragem privada poderá desmantelar, ou pelo menos impedir o progresso, da legislação europeia de proteção dos consumidores”.

Grande defensora deste tratado de livre comércio desde o início, a confederação do patronado europeu (BusinessEurope) está contente com a perspetiva de assinatura do tratado.

Luísa Santos afirma que “este é um bom acordo, a União Europeia obteve muitas coisas que no início se pensava serem impossíveis, como por exemplo no acesso ao mercado de contratos públicos, na proteção das indicações geográficas dos produtos. Há um grande acesso a todos os mercados porque a liberalização atinge quase 100% por cento do comércio”.

Segundo dados da Comissão Europeia, em 2015, o Canadá exportou cerca de 28 mil milhões de euros em produtos para a União Europeia.

Já a comunidade dos 28 países europeus exportou mais de 35 mil milhões de euros nessa categoria, com uma balanço que lhe é favorável em 7 mil milhões de euros.

O primeiro-ministro canadiano cancelou a visita a Bruxelas prevista para esta quinta-feira, ficando a aguardar nova data para a assinatura do tratado.

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