O "dinheiro da Líbia" volta a ensombrar a campanha de Nicolas Sarkozy

O "dinheiro da Líbia" volta a ensombrar a campanha de Nicolas Sarkozy
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A 5 dias das primárias da direita francesa para a eleição presidencial de maio de 2017, o antigo presidente, Nicolas Sarkozy não precisava das novas revelações sobre o alegado financiamento da sua ant

PUBLICIDADE

A 5 dias das primárias da direita francesa para a eleição presidencial de maio de 2017, o antigo presidente, Nicolas Sarkozy não precisava das novas revelações sobre o alegado financiamento da sua antiga campanha. O sítio de informação Mediapart publica outras revelações do empresário Ziad Takieddine, que confessa que ele mesmo levou o dinheiro ao gabinete de Nicolas Sarkozy em 2007.

Takieddine conta aos jornalistas do Mediapart:
“Eu saio do carro com a mala e entro pela porta principal. Identifico-me. Sei que estão à minha espera e entro diretamente e acompanham-me junto do senhor Guéant” E prossegue:
“…Desta vez sou levado diretamente lá acima ao primeiro andar.
Jornalista: E encontrou-se com o senhor Sarkozy?
Pessoalmente?
“Sim”.
O senhor deixou a mala?
“Sim, deixei”.
O senhor Sarkozy viu-o depositar a mala?
“Claro!”

Este empresário terá sido o testa de ferro e o intermediário. Diz que entre finais de 2006 e janeiro de 2007 entregou duas malas proveninetes da Líbia a Claude Guéant, antigo chefe de gabinete de Sarkozy, e uma terceira ao próprio Sarkozy.

Fabrice Arfi, o jornalista do Mediapart que investiga o caso há três anos, diz-nos o que pensa destas revelações:
“Estou convencido que o testemunho de Ziad Takieddine é um acontecimento importante para o processo, particularmente ao nível judiciário. Na verdade a investigação não tem parado. Começou em 2013. Partimos de nada e, três anos depois, a justiça acumulou um volume de documentos e de testemunhos muito considerável. Na verdade o que estamos a descobrir e documentar é uma potencial história de corrupção que vai provavelmente transformar o escândalo líbio num dos casos mais graves a que a quinta república assistiu”.

O que está em causa é saber se a campanha de Sarkozy foi ilegalmente financiada pelo regime Líbio. As autoridades judiciais francesas investigam desde 2013, após a saída de Sarkozy do Eliseu.

Saif al Islam, o filho do presidente deposto e assassinado Muammar Kadafi disse em março de 2011 em entrevista à Euronews-: “Queremos que Sarkozy nos devolva o dinheiro. Fomos nós que financiámos a sua campanha e temos provas”.

Desde aí as revelações têm-se sucedido. Estas surgem na reta final da campanha das primárias e são mais um golpe duro para as ambições de Nicolas Sarkozy, que sonha com um novo mandato presidencial. Os militantes votam domingo.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Jornalistas têm acesso raro a submarino nuclear francês da classe Rubis

Polícia encontra mais de 60 quilos de canábis em casa de autarca francesa

Polícia francesa expulsa dezenas de migrantes de Paris a quase 100 dias dos Jogos Olímpicos