Turquia: de candidato a membro passará a parceiro da União Europeia?

Turquia: de candidato a membro passará a parceiro da União Europeia?
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De  Gülsüm AlanIsabel Marques da Silva
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A Turquia continua a querer ser Estado-membro da União Europeia, disse o presidente Recep Tayyip Erdogan, antes de partir para a cimeira com o bloco comunitário, segunda feira, em Varna, na Bulgária. Mas as negociações estão congeladas e muitos falam agora numa parceria político-económica.

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Desde que a União Europeia depende de um acordo com a Turquia para travar parte do fluxo de refugiados que Bruxelas ficou mais tímida nas críticas ao autoritarismo do presidente Recep Tayyip Erdogan.

A posição é de 75 eurodeputados que assinaram uma carta a exigir uma discussão sobre direitos humanos na cimeira entre as partes.

"A Europa tem de reconhecer que lhe cabe aceitar refugiados, para que não tenhamos de depender de pessoas como Erdogan para gerir o fluxo de refugiados. Isso requer um pouco de coragem política, mas garante a nossa independência estratégica fece à Turquia", disse, à euronews, Philippe Lamberts, eurodeputado ecologista belga.

A Turquia continua a querer ser um Estado-membro da União Europeia, disse o presidente Recep Tayyip Erdogan, antes de partir para a cimeira com o bloco comunitário, segunda-feira, em Varna, na Bulgária.

Mas as negociações estão congeladas, sobretudo nos dois últimos anos, desde o golpe de Estado falhado no verão de 2016.

"Se a Turquia não relançar um processo de reformas, não vai conseguir cumprir os critérios de adesão à União Europeia. Nesse caso, as relações deverão evoluir para uma parceria em tornos de interesses comuns e prioridades estratégicas. A Turquia já é vista pelas instituições de Bruxelas mais como um importante vizinho e parceiro-chave e não um candidato a Estado-membro", explicou Seda Gurkan, analista política e professora na Universidade Livre de Bruxelas.

Assinado em março de 2016, o acordo sobre refugiados implicou o pagamento três mil milhões de euros da União à Turquia, no primeiro ano, e esta verba deverá ser duplicada até ao final de 2018.

Philippe Lamberts reconhece a interdependência político-económica entre as duas partes, argumentando que "a economia da Turquia não está nos melhores dias e precisa de parcerias. É óbvio que as más relações com a Europa são prejudiciais para a economia turca. Erdogan precisa da Europa e a Europa, para ser justo, precisa da Turquia".

Outro tema que causa dificuldades na relação bilateral é a política do presidente da Turquia no Médio Oriente, sobretudo desde a intervenção militar no norte da Síria, onde vive a população curda.

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