Ação policial para terminar com ocupação ilegal de manifestantes que estão contra a exploração mineira começou na quinta-feira e já fez 30 detidos
Pelo menos trinta ativistas foram detidos, na noite de sábado para domingo, pelas forças de segurança alemãs, na floresta de Hambach.
O local, que fica a 50km da cidade de Colónia, está a ser ocupado desde 2012 por manifestantes que estão contra a extração de lignito de uma mina de carvão ali situada.
"Queríamos entrar e fazer uma ação de desobediência civil e, assim, párar o corte de árvores", disse uma das ativistas à Euronews, que está no terreno a acompanhar a ação policial.
As forças de autoridade alemãs já avançaram para o terreno na quinta-feira, num confronto que tem sido violento.
Segundo aquilo que a Euronews conseguiu testemunhar, muitos dos ativistas foram "arrancados" à força da floresta. Há já registo de nove manifestantes com ferimentos.
Não se sabe ao certo quantos ativistas ocupam a floresta, mas sabe-se que o objetivo da polícia é destruir as 60 casas que foram ali construídas nas árvores, pelos próprios ativistas, para evitar a desflorestação.
Durante os últimos seis anos, a ocupação em Hambach acabou por ser permitida pelas autoridades, embora com avisos constantes de despejo. Esta ação policial é a primeira em seis anos.
A floresta milenar de Hambach tem 12 mil anos e 85km quadrados. Cerca de metade do terreno já foi explorada pela indústria mineira.
Mas nem toda a gente está contra a exploração. As pessoas que vivem nas vilas e nas cidades perto da floresta, têm beneficiado da parte positiva que a indústria tem trazido: emprego.
A Euronews falou com uma testemunha local que perdeu o marido na exploração mineira de Hambach. Apesar de viúva, concorda que a exploração continue. "Enquanto houver carvão, ou '"ouro negro", como lhe chamamos, deve continuar a ser explorado.", admitiu à Euronews.
Há 21 mil empregos ligados à exploração de carvão na Alemanha. O país tem a meta de reduzir a emissão de CO2, compromisso que foi feito no Acordo de Paris.