Migração: Europa precisa ir além da ajuda do Egito

Migração: Europa precisa ir além da ajuda do Egito
De  Isabel Marques da Silva
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Migração: Europa precisa ir além da ajuda do Egito

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Depois da Turquia e da Líbia, o Egito é o novo alvo da União Europeia para conter a migração para o continente. Na cimeira informal da semana passada, os líderes europeus deram "luz verde" ao diálogo com o governo autocrático de Abdel Fattah el-Sisi.

O representante da União Africana junto da União Europeia, Ahmad Awad Sakine, espera que isso não leve à criação de centros externos de processamento de requerentes de asilo.

"Se criarem num país, por exemplo, um centro de transição ou de detenção... pensa que isso ajudaria? Não ajudaria. As pessoas iriam contorná-lo e procurar outros caminhos para saírem. Acho que o problema real é o desenvolvimento sócioeconómico", disse o embaixador, em entrevista à euronews, terça-feira, em Bruxelas.

As agências da ONU para a Migração e para os Refugiados deverão fazer parte do processo de avaliação de quem poderia vir para a Europa.

O diretor regional para a Europa da Organização Internacional para as Migrações, Eugenio Ambrosi, considera que os líderes europeus devem, antes de mais, reformar o sistema de asilo.

"Medidas excessivamente restritivas apenas estimularão o mercado disponível para os traficantes, que prosperam com a falta de canais legais para chegar à Europa. Pensamos que, antes de pedir a um país fora da Europa para ajudar, a Europa tem que colocar em prática um mecanismo sólido e verificável de partilha do fardo entre os seus membros", afirmou em entrevista à euronews, em Bruxelas.

O Egito assumirá a presidência rotativa da União Africana em 2019. Europeus e africanos deverão reunir-se na sua capital (Cairo), em fevereiro, para discutir o tema.

A prioridade deve ser a mediação de processos de paz, diz o embaixador Sakine: "Ao nível da União Africana, dissemos que, de agora até 2020, temos de silenciar as armas, para que não haja mais conflitos armados em África. Isso permitiria que esses países se tornassem mais estáveis ​​e que consagrassem esforços ao desenvolvimento".

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