O presidente da Comissão Europeia está preocupado com o défice excessivo italiano e diz que Roma deve manter uma política estrita para não se tornar numa nova Grécia.
A tensão dos últimos dias entre Roma e Bruxelas tem tido consequência sobre os principais índices relacionados com a confiança dos investidores no contexto da economia italiana.
Os analistas temem uma explosão da dívida pública de Itália, a segunda maior da zona euro, apenas superada pela Grécia - com 132% do Produto Interno Bruto.
A atual situação do défice também preocupa Jean Claude Juncker, o presidente da Comisssão Europeia, que disse, durante um encontro na Alemanha, que Roma não podia esperar um tratamento especial da parte de Bruxelas em relação ao défice e que Itália poderia tornar-se numa segunda Grécia.
Juncker disse ainda que era necessária uma política orçamental estrita, numa altura em que se prevê que o défice fiscal italiano permaneça nos 2,4% este ano. Uma violação das regras do bloco europeu, avisa Bruxelas.
A resposta de Roma não se fez esperar.
O ministro do Interior e vice-presidente do Conselho, Matteo Salvini, disse que o presidente da Comissão "insultou o país."
Salvini disse ainda que Itália "não teme as ameaças" de Jean-Claude Juncker "porque é um país soberano." Disse ainda que "primeiro estão os cidadãos italianos."
Esta semana, o executivo definiu um défice de 2,4% para os próximos três anos, apesar da resistência do ministro de Finanças Giovanni Tria.