"Não se pode travar o vírus fechando as fronteiras"

"Não se pode travar o vírus fechando as fronteiras"
Direitos de autor EC Ylva Johansson
De  Isabel Marques da Silva
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O controlo fronteiriço pertence a cada Estado-membro da União Europeia e tem havido pouca cooperação na luta contra a Covid-19. Bruxelas lança novo aviso

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Os Estados-membros da União Europeia não estão a passar das palavras aos atos na prometida cooperação na gestão das fronteiras para enfrentar a crise da Covid19 .

Algumas decisões unilaterais como a do governo polaco já prejudicam a circulação de mercadorias no mercado único e Ylva Johansson, comissária europeia para os Assuntos Internos, deixou novo alerta, esta sexta-feira.

"Penso que os Estados-membros têm atuado rapidamente no sentido de aplicar medidas para diminuir o contacto social entre as pessoas. O vírus está presente em todos os Estados-membros , pelo que não se pode travar o vírus impedindo as pessoas de atravessarem as fronteiras. O que se pode é limitar a interação social ao forçar as pessoas a viajarem menos", explicou a responsável.

O exemplo ibérico

O controlo fronteiriço está na esfera de soberania de cada um dos Estados-membros e isso impede a imposição de medidas vinculativas por parte de Bruxelas.

Foi decidido por consenso fechar as fronteiras externas de todo bloco com os vizinhos à volta, mas no interior da União tem sido cada um por si.

Portugal e Espanha deram o exemplo mais solidário ao decidirem, em diálogo, como gerir a fronteira entre os dois países.

A posição geográfica de cada país e o número de vizinhos à volta influi nas decisões, mas Ylva Johansson já vê sinais de maior colaboração.

"Os Estados-membros pedem à Comissão Europeia que tenha um papel mais forte do que o habitual nesta matéria. Atualmente, têm vindo a pedir maior coordenação, aceitam de bom grado as diretrizes e estão a trabalhar em conjunto entre eles e com a Comissão Europeia, tentando ultrapassar obstáculos e problemas relacionados com esta situação e a tentar resolver tudo de forma tranquila", explicou a comissária.

"Ainda temos problemas para resolver, mas vejo que há uma grande vontade por parte dos Estados-membros de trabalharem entre eles e connosco", concluiu.

A Comissão Europeia alerta que ainda não foi atingido o pico de contaminações no bloco e as medidas para manter a população em casa poderão ter de ser prolongadas.

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