Governo britânico apela ao uso de carro, quando possível, mas automobilistas denunciam preços elevados das portagens urbanas.
Nas grandes cidades, o regresso ao trabalho implica muitas vezes combinar diferentes meios de transporte, entre comboios, metros e autocarros. Em alturas de crise sanitária, viajar desta forma em áreas metropolitanas como Londres multiplica os desafios.
O responsável local pela AECOM, a empresa que faz a gestão das infraestruturas ferroviárias britânicas, afirma que "irá possivelmente haver mais pessoal a controlar as estações". Russell Jackson explica que "as filas serão mais ordenadas, o controlo dos bilhetes será mais apertado, de forma a evitar a concentração de pessoas nas plataformas. A organização depende do trajeto a ser efetuado".
A jornalista Victoria Smith realça que "o governo aconselha à utilização do automóvel, se possível, para ir trabalhar. No entanto, os elevados custos das portagens urbanas de Londres levam as pessoas a optar pelos autocarros e comboios. Muitos apelam à obrigatoriedade do uso de máscara, o que não é o caso".
Mick Cash, do sindicato dos transportes britânicos (National Union of Rail, Maritime and Transport Workers), sublinha que "quem trabalha nos comboios Eurostar, que fazem a ligação a Bruxelas ou Paris, é obrigado a usar máscara, assim como os passageiros". Mas assim que circulam nas estações de Londres, já não.
A questão é ainda mais premente perante a quantidade de vítimas mortais da Covid-19 entre trabalhadores dos transportes londrinos:mais de quatro dezenas, sobretudo condutores de autocarros.
Uma utente dizia-nos que "a maior parte dos passageiros usa máscara", mas que, de vez em quando, há pessoas que não respeitam as distâncias.
Depois, há a alternativa da bicicleta. O governo britânico criou um fundo de investimento de 250 milhões de libras para melhorar as ciclovias. No entanto, para muitos não é uma opção viável e resta enfrentar os riscos inerentes às deslocações para o local de trabalho.