Cientistas desvendam mistério do tamanho das estrelas de neutrões

Uma equipa de cientistas alega ter descoberto o tamanho da maior estrela de neutrões conhecida no Planeta Terra e a dimensão é afinal maior do que se pensava.
A descoberta teve por base a "missão de exploração da composição do interior da estrela de neutrões" (NICER, na sigla em inglês), que segue desde 2019 a "J0740+6620", e abre mais uma página do livro astrofísico do Universo.
Uma estrela de neutrões é o núcleo daquilo que foi em tempos uma enorme estrela viva e é um dos resultados do colapso dessa estrela viva numa supernova e depois num buraco negro ou... numa estrela de neutrões.
"Uma estrela de neutrões é uma estrela morta. As estrelas de neutrões formam-se quando estrelas enormes, estrelas maiores que o nosso Sol, atingem o fim da vida e tornam-se Supernovas. Os núcleos dessas estrelas colapsam. Nas mais pesadas, esse colapso é absolutamente imparável e produz os ‘buracos negros’, dos quais nem mesmo a luz pode escapar", explicou Anna Watts, professora de astrofísica na universidade de Amesterdão, nos Países Baixos e membro da equipa NICER.
Watts acrescenta que "as estrelas um pouco mais leves tornam-se estrelas de neutrões". "São um género de planetas minúsculos e ultra-densos . Tão densos que uma colher de chá de material de estrelas de neutrões pesaria tanto como o Monte Evereste", afirma a investigadora que colabora com a NASA, a agência espacial norte-americana.
A Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla inglesa) serve de base ao NICER, o telescópio especial de raio-x que recebeu o nome da "missão de exploração da composição do interior da estrela de neutrões”.
O NICER permitiu estudar, a 3600 anos luz da Terra, a densidade da “JO740”, a estrela de neutrões que é duas vezes maior que o astro-rei do nosso sistema solar e que alguns "modelos anteriores antes diziam poder ser moles".
"As estrelas de neutrões podem ser pequenas mesmo quando contém uma grande quantidade de matéria. Quando medimos a estrela, descobrimos que afinal não é assim tão pequena como poderíamos pensar", revela Anna Watts.
Encontrada pelo NICER em 2019, a "J07040” poderá agora ajudar os cientistas a perceber porque é que nem todas as estrelas se tornam buracos negros quando morrem.
"Este é de facto um dos temas do momento porque temos colegas também a fazer análises recorrendo a ondas gravitacionais, tentando chegar a estes resultados de diferentes direções e encontrando buracos negros cada vez mais pequenos. Nós estamos a tentar descobrir o limite máximo das estrelas de neutrões e, a certa altura, há uma linha para além da qual a estrela tem de se tornar num buraco negro", conclui a professora de astrofísica da Universidade de Amesterdão.
A investigação do NICER prossegue até porque com cada resposta resolvida há sempre outras perguntas que surgem sobre os mistérios do Universo e os buracos negros, alguns continuam a ser um dos