Cientistas desvendam mistério do tamanho das estrelas de neutrões

Cientistas desvendam mistério do tamanho das estrelas de neutrões
Direitos de autor NASA
De  Francisco Marques
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A missão espacial NICER estuda a metamorfose das estrelas quando morrem e procuram o ponto em que se tornam buracos negros. Mas nem todas lá chegam

PUBLICIDADE

Uma equipa de cientistas alega ter descoberto o tamanho da maior estrela de neutrões conhecida no Planeta Terra e a dimensão é afinal maior do que se pensava.

A descoberta teve por base a "missão de exploração da composição do interior da estrela de neutrões" (NICER, na sigla em inglês), que segue desde 2019 a "J0740+6620", e abre mais uma página do livro astrofísico do Universo.

Uma estrela de neutrões é o núcleo daquilo que foi em tempos uma enorme estrela viva e é um dos resultados do colapso dessa estrela viva numa supernova e depois num buraco negro ou... numa estrela de neutrões.

"Uma estrela de neutrões é uma estrela morta. As estrelas de neutrões formam-se quando estrelas enormes, estrelas maiores que o nosso Sol, atingem o fim da vida e tornam-se Supernovas. Os núcleos dessas estrelas colapsam. Nas mais pesadas, esse colapso é absolutamente imparável e produz os ‘buracos negros’, dos quais nem mesmo a luz pode escapar", explicou Anna Watts, professora de astrofísica na universidade de Amesterdão, nos Países Baixos e membro da equipa NICER.

Watts acrescenta que "as estrelas um pouco mais leves tornam-se estrelas de neutrões". "São um género de planetas minúsculos e ultra-densos . Tão densos que uma colher de chá de material de estrelas de neutrões pesaria tanto como o Monte Evereste", afirma a investigadora que colabora com a NASA, a agência espacial norte-americana.

A Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla inglesa) serve de base ao NICER, o telescópio especial de raio-x que recebeu o nome da "missão de exploração da composição do interior da estrela de neutrões”.

O NICER permitiu estudar, a 3600 anos luz da Terra, a densidade da “JO740”, a estrela de neutrões que é duas vezes maior que o astro-rei do nosso sistema solar e que alguns "modelos anteriores antes diziam poder ser moles".

"As estrelas de neutrões podem ser pequenas mesmo quando contém uma grande quantidade de matéria. Quando medimos a estrela, descobrimos que afinal não é assim tão pequena como poderíamos pensar", revela Anna Watts.

Encontrada pelo NICER em 2019, a "J07040” poderá agora ajudar os cientistas a perceber porque é que nem todas as estrelas se tornam buracos negros quando morrem.

"Este é de facto um dos temas do momento porque temos colegas também a fazer análises recorrendo a ondas gravitacionais, tentando chegar a estes resultados de diferentes direções e encontrando buracos negros cada vez mais pequenos. Nós estamos a tentar descobrir o limite máximo das estrelas de neutrões e, a certa altura, há uma linha para além da qual a estrela tem de se tornar num buraco negro", conclui a professora de astrofísica da Universidade de Amesterdão.

A investigação do NICER prossegue até porque com cada resposta resolvida há sempre outras perguntas que surgem sobre os mistérios do Universo e os buracos negros, alguns continuam a ser um dos

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

China lança primeiro módulo da sua futura estação espacial

Ingenuity faz história ao realizar o primeiro voo em Marte

Depois do cancelamento na semana passada, nave espacial russa descola do Cazaquistão