Primeira-ministra espera obter maioria para poder realizar um novo referendo à independência
Os escoceses vão às urnas esta quinta-feira para eleger um novo Parlamento, mas em jogo está o futuro do país, do Reino Unido e das relações com a União Europeia.
A primeira-ministra, Nicola Sturgeon, prometeu realizar um novo referendo sobre a independência escocesa até 2023, ou se a pandemia o permitir, e caso o Partido Nacional Escocês que representa consiga conquistar a maioria.
O primeiro-ministro britânico, que Sturgeon acusou de "ter medo da democracia", fala num ato "irresponsável."
"Penso que a maioria das pessoas na Escócia, grande parte das pessoas do Reino Unido, sentem que este não é o momento certo porque estamos a sair de uma pandemia juntos. Este não é o momento de ter um segundo referendo imprudente e irresponsável", referiu Boris Johnson.
As sondagens são favoráveis aos nacionalistas, mas falta saber se conseguirão a maioria absoluta.
Para o líder do Partido Trabalhista escocês, Anas Sarwar, o país precisa de políticos que "queiram unificar o Reino Unido" e não "dividi-lo."
Em 2014, 55% dos escoceses disseram "Não" à independência. Uma sondagem recente indicou que 49% diriam "Não" num referendo imediato.
Mas os defensores da independência alegam que o "Brexit" mudou tudo, afetando gravemente os setores da pesca e da agricultura na Escócia.
"O meu coração diz que sim, que seria fantástico, mas a minha mente leva-me a pensar no lado económico das coisas e na gestão de um território tão pequeno quando adoro a ideia de trabalhar em conjunto. O 'Brexit' foi muito mau para mim. Detesto ter saído da União Europeia", lamenta Olive Brunside, uma eleitora indecisa.
Além da Escócia, esta quinta-feira realizam-se ainda eleições para a Assembleia regional autónoma do País de Gales e eleições locais em Inglaterra.