Jornalistas e meios de comunicação eslovenos denunciam pressão

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Primeiro-ministro Janez Janša tem sido apontado por ataques à liberdade de imprensa

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A liberdade de imprensa e o futuro do jornalismo encontram-se ameaçados na Eslovénia. Em causa estão as políticas do governo do primeiro-ministro Janez Janša, de acordo com várias agências de imprensa, jornalistas e uma coligação de organizações de liberdade de imprensa que falaram com a Euronews.

No início do ano, a Agência de Imprensa da Eslovénia (STA), considerada uma “força vital no mercado local dos media”, perdeu o financiamento do Estado.

“Digamos que 10% dos nossos colegas partiram por causa da situação precária. Nós que ficámos para lutar pelo nosso direito à autonomia, a ser independentes, não sabemos de mês a mês se vamos poder trabalhar ou não”, sublinhou Mihael Šuštaršič, jornalista agência STA.

O primeiro-ministro Janša também atacou pessoalmente jornalistas no Twitter e tem denegrido a profissão, acrescentou Šuštaršič: “Janša está a intimidar as pessoas no Twitter, com tweets abusivos. Está a tentar silenciar-nos para não termos coragem de falar sobre a verdade, sobre os acontecimentos na Eslovénia e no mundo.”

Um novo relatório da coligação de organizações de liberdade de imprensa e grupos de jornalismo alega que durante o governo de Janša a liberdade de imprensa se deteriorou, desde que voltou ao poder em março de 2020.

Teme-se que se repita no país o que Viktor Orbán está a fazer aos meios de comunicação na Hungria.

Robert Mohorič, da Radio Študent, a maior e mais antiga rádio estudantil independente da Europa, está preocupado com o futuro: “No que respeita ao mundo dos meios de comunicação, penso que se está a acelerar a orbanização da Eslovénia para que não se apoie nenhum meio que critique o trabalho do governo de qualquer maneira.”

O Governo esloveno, respondeu, em comunicado, às perguntas da Euronews. Sublinhou que “pode exigir legalmente o reembolso dos valores já pagos se a STA não entregar os documentos das operações financeiras que são precisos para a sua avaliação." E acrescentou que "o diretor da STA recusou entregar a documentação exigida. Por isso, o gabinete de comunicação do Governo executou simplesmente uma cláusula no contrato.”

A agência de imprensa eslovena nega as acusações. A questão poderá atrapalhar a presidência eslovena da União Europeia, que se mantém até o final do ano.

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