Estado francês anuncia renacionalização da EDF

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A França anunciou a intenção de renacionalizar a EDF. A proposta está dependente da aprovação do orçamento retificativo na Assembleia Nacional

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 O Estado francês decidiu renacionalizar a empresa pública de eletricidade, EDF.

O anúncio foi feito esta terça-feira.

O Estado que já tem 84% da EDF compra os 16% que faltam por 9,7 mil milhões de euros, numa base de 12 euros por ação. Este preço representa um prémio de 53% sobre o preço da ação no dia anterior ao anúncio da intenção de renacionalizar. É também um aumento de 34% em comparação com o preço médio das ações nos doze meses anteriores..

Segundo o Ministério da Economia, a oferta será apresentada no início de setembro à Autoridade dos Mercados Financeiros, para que a operação esteja concluída até ao final de outubro.

As verbas estão inscritas no orçamento retificativo para 2022 que terá ainda de ser aprovado no parlamento.

O grupo EDF está fortemente endividado e enfrenta pesados encargos financeiros, presentes e futuros, e vastos projetos industriais.

Este regresso do controlo do Estado a 100% na EDF tinha sido anunciado a 6 de julho pela primeira-ministra Elisabeth Borne, no seu discurso de política geral.

No comunicado do Ministério da Economia lê-se que a renacionalização "permite que o Estado recupere o controlo das atividades mais reais da nossa produção descarbonizada" e ainda: "Permite-nos abrir projetos a extremamente longo prazo com maior serenidade", acrescentando: "Este não é o fim dos projetos que temos para a EDF, tanto no que diz respeito à sua produção como à sua organização, mas é um passo muito importante".

O ministro da Economia, Bruno Le Maire, diz que "Esta operação dá à EDF os meios necessários para acelerar a implementação do novo programa nuclear desejado pelo presidente da República, e a implantação das energias renováveis em França".

Emmanuel Macron anunciou o lançamento de um programa de seis reatores nucleares EPR de nova geração, ou mesmo 14. O único modelo destes reatores atualmente em construção em França, em Flamanville, está com mais de dez anos de atraso.

Enquanto mais de metade dos seus 56 reatores estão atualmente encerrados, para manutenção ou devido a problemas de corrosão recentes, a EDF deve também gerir a manutenção de uma frota envelhecida.

Pesada por uma dívida que poderia atingir mais de 60 mil milhões de euros no final de 2022, a situação financeira da EDF foi ainda piorada pela decisão do governo de a fazer vender mais eletricidade barata aos seus concorrentes para proteger as contas domésticas.

O Estado está face a questões prioritárias: Como regular a partilha da energia nuclear atual, cujas receitas são largamente partilhadas com os concorrentes da EDF através da venda de eletricidade a baixo custo? E como financiar a nova energia nuclear? A solução para estas questões envolverá discussões com Bruxelas e possíveis reformas para o grupo.

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