Zelenskyy apelou mais uma vez aos países estrangeiros para que ajudem a neutralizar os ataques de longo alcance da Rússia, fornecendo mais sistemas de defesa aérea ao país, que é vasto e complexo para defender dos ataques aéreos diários de Moscovo.
As forças russas lançaram vários ataques utilizando bombas planadoras e drones contra a segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, durante a noite de terça-feira, atingido um hospital.
Segundo o diretor regional, Oleh Syniehubov, o ataque a Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, que ocorreu por volta das 21:50, atingiu a principal unidade de saúde da cidade, forçando à retirada de 50 pacientes.
Além do hospital, em Kharkiv, outros edifícios ficaram danificados como dormitório, uma empresa, uma instituição de ensino, um prédio e dois edifícios não residenciais. Também linhas elétricas e 24 veículos sofreram danos, informou Oleh Syniehubov.
Volodymyr Zelenskyy caracterizou o ataque como "terrorista e cínico".
"A Rússia lançou bombas aéreas sobre Kharkiv, atingindo um hospital da cidade e ferindo 57 pessoas. Um ataque totalmente terrorista e cínico a um local onde se salvam vidas. As infraestruturas energéticas da região também foram atingidas. Na região de Kirovohrad, as infraestruturas civis foram danificadas, incluindo instalações ferroviárias em dois povoados locais. Na região de Sumy, houve ataques a instalações energéticas e a uma empresa", escreveu numa publicação na rede social X.
"Todos os dias, todas as noites, a Rússia ataca centrais eléctricas, linhas de eletricidade e as nossas instalações de gás (natural)", reagiu Zelenskyy numa mensagem publicada na rede social.
A estratégia russa
Os ataques russos de longo alcance à rede elétrica ucraniana fazem parte de uma campanha anual desde o início da invasão em grande escala em fevereiro de 2022 para desativar o fornecimento de energia, negando aos civis calor e água corrente durante o inverno rigoroso.
Zelenskyy apelou novamente aos países estrangeiros para que ajudem a neutralizar os ataques de longo alcance da Rússia, fornecendo mais sistemas de defesa aérea para o país, que é vasto e complexo para se defender dos ataques aéreos diários de Moscovo.
"Contamos com as ações dos EUA e da Europa, do G7, de todos os parceiros que possuem estes sistemas e que os podem fornecer para proteger o nosso povo", afirmou Zelenskyy.
"O mundo tem de forçar Moscovo a sentar-se à mesa para negociações reais", ooncluiu.
Os ataques a Kharkiv ocorrem numa altura em que o apoio militar europeu a Kiev diminuiu drasticamente.
De acordo com os dados desta terça-feira, do Instituto Kiel para o Estudo da Economia Mundial, a ajuda militar estrangeira à Ucrânia caiu 43% em comparação com o primeiro semestre do ano.
Esta queda ocorreu após a criação de um fundo que reúne as contribuições dos membros da NATO, com exceção dos Estados Unidos, para a compra de armas, munições e equipamento fabricados nos EUA para a Ucrânia.
O acordo financeiro é conhecido como a "Lista de Necessidades Prioritárias da Ucrânia", ou PURL.
No primeiro semestre de 2025, o apoio militar excedeu o que foi enviado entre 2022 e 2024, apesar da falta de contribuições dos EUA, disse o instituto.