Música clássica substitui ruído das sirenes na reabertura da ópera de Kiev

A ópera nacional de Kievabriu as portas ao "Barbeiro de Sevilha" de Rossini. No sábado, as melodias clássicas baixaram o volume da artilharia russa e aumentaram os níveis de esperança, em tempos de guerra na Ucrânia. Este foi o primeiro espetáculo desde a invasão do país pelas tropas de Vladimir Putin, no dia 24 de fevereiro.
Uma pequena audiência, para um grande auditório: trezentas pessoas assistiram ao espetáculo. Entre o público estavam soldados ucranianos. Vestidos a rigor, com a mesma farda militar com que defendem o país, foram à ópera ouvir o silêncio antes das primeiras notas de abertura e o som da força cultural da cidade.
Grande parte dos artistas e técnicos que se tinham alistado no exército ucraniano deixaram o cenário de guerra e regressaram à cena, para um espetáculo emocional. No entanto, Oleksii Potiomkin, o bailarino principal do ballet de Kiev, continua na linha da frente. Trocou a ópera nacional, pela resistência nacional. Cenários diferentes, mas o mesmo combate: pela liberdade cultural da Ucrânia, num palco soberano.