Seca no sul da Europa "pode tornar-se na pior de sempre"

Terra seca e rachada visível sob uma ponte em Boretto, no leito do rio Po, Itália, quarta-feira, 15 de junho de 2022
Terra seca e rachada visível sob uma ponte em Boretto, no leito do rio Po, Itália, quarta-feira, 15 de junho de 2022 Direitos de autor Emilio Fraile/Europa Press via AP
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A União Europeia prepara-se para um verão quente ensombrado pela ameaça de incêndios florestais

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A União Europeia está-se a preparar para uma temporada difícil de incêndios florestais, com centenas de bombeiros de diferentes Estados-membros mobilizados porque a seca nos países do sul da Europa pode tornar-se "na pior de sempre."

“Desde 2017, testemunhámos os incêndios florestais mais intensos alguma vez vistos na Europa e, infelizmente, esperamos que a temporada de incêndios florestais de 2022 possa seguir essa tendência”, disse, esta quinta-feira, Maroš Šefčovič, vice-presidente da Comissão Europeia para as relações interinstitucionais.

"Da mesma forma, o serviço de gestão de emergências Copernicus indica que a atual seca na Europa pode-se tornar a pior de todas", acrescentou.

As alterações climáticas aumentaram o risco de incêndio, dizem os cientistas. As temperaturas mais altas do verão, juntamente com os efeitos de secas mais numerosas e mais duradouras, facilitam a propagação dos incêndios. A própria temporada de incêndios florestais também se tornou mais ampla.

A União Europeia e os países vizinhos foram severamente impactados em 2021 com uma série de incêndios florestais, alimentados por vagas recorde de calor, devastando propriedades, campos e florestas em todo o Mediterrâneo, inclusive na Turquia, Grécia, Itália, França, Albânia, Macedónia do Norte e Espanha, Argélia e Tunísia no norte da África e países do Médio Oriente, como o Líbano e Israel.

Alguns incêndios florestais provocaram cenas apocalípticas, como em Evia, onde as pessoas foram forçadas a fugir da ilha grega de barco durante a noite.

De acordo com a Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos, 2021 foi o segundo pior ano alguma vez registado para incêndios florestais no Mediterrâneo, depois de 2017 e pelo menos 86 pessoas perderam a vida.

Šefčovič disse que, para enfrentar esses desafios, "a adaptação ao clima, a redução do risco de desastres e a preparação para desastres são primordiais" e que esses esforços devem incluir tornar os ecossistemas mais biodiversos e resilientes.

Também sublinhou aos eurodeputados que para haver preparação, no âmbito do Mecanismo de Proteção Civil da UE este ano, "financiamos mais de 14 milhões de euros para apoiar a capacidade da frota RescEU com 10 canadairs, 1 helicóptero pesado e dois tratores aéreos.

"Estamos a planear comprar 12 aeronaves adicionais sob (o projeto) rescEU. Quando as capacidades nacionais estiverem sobrecarregadas, (esta força de proteção) está pronta para intervir para fornecer apoio adicional para enfrentar desastres na Europa."

"Este ano, pela primeira vez na história da UE, a Comissão Europeia está a financiar o pré-posicionamento de 204 bombeiros e veículos terrestres da Bulgária, Finlândia, França, Alemanha, Noruega e Roménia para a Grécia durante julho e agosto. As primeiras equipas já chegaram na semana passada", acrescentou.

As secas também são cada vez mais um problema. O governo italiano declarou estado de emergência no início desta semana em cinco regiões por causa de uma seca na bacia do Pó que levou as reservas de água aos níveis mais baixos em décadas.

Quase todo Portugal também enfrenta "seca severa" após viver o mês de maio mais quente em 92 anos.

Šefčovič referiu que, quando se trata de secas, o bloco tem "a maneira de responder a curto prazo, medidas de emergência através dos nossos mecanismos EUCP (proteção civil da UE) e através dos nossos sistemas de alerta precoce em toda a UE, recentemente reformados e atualizados."

“E, no longo prazo, o que precisamos fazer é aumentar o uso da água. Na agricultura, temos de olhar para a gestão sustentável do solo e da cobertura vegetal e temos de investir, como muitos disseram, em culturas resistentes à seca e restaurar áreas danificadas", ressalvou.

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