A Ucrânia e os Estados Unidos assinaram um "memorando de intenções" na quinta-feira, visto pela Euronews, lançando as bases para finalizar o acordo sobre minerais. As principais negociações deverão decorrer em Washington entre 21 e 26 de abril.
Os Estados Unidos e a Ucrânia assinaram um memorando de intenções com o objetivo de finalizar um "acordo formal de parceria económica e um fundo de investimento para a reconstrução", relativo à exploração de minerais, de acordo com um documento visto pela Euronews.
O documento de uma página, assinado pela primeira vice-primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, e pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, na quinta-feira à noite, refere que uma ronda de negociações chave terá lugar em Washington, entre 21 e 26 de abril.
Nessa altura, espera-se que ambas as partes tenham chegado a um acordo geral para finalmente assinarem o acordo.
"Sem prejuízo de quaisquer outros procedimentos políticos ou legais necessários para concluir o acordo, o primeiro-ministro ucraniano Shmyhal visitará Washington DC na semana de 21 de abril de 2025 para se encontrar com o secretário do Tesouro dos EUA, Bessent, e dar apoio de alto nível à conclusão das discussões técnicas sobre os termos de um acordo que estabelece um fundo de investimento para a reconstrução", lê-se no documento.
"Espera-se que as equipas de negociação apresentem relatórios sobre o progresso até 26 de abril de 2025, com o objetivo de concluir as discussões até essa data e assinar o mais rapidamente possível".
O documento também descreve possíveis conflitos que o acordo pode criar com a União Europeia e que os EUA não irão interferir nesse caso.
"Os Estados Unidos respeitam a intenção da Ucrânia de evitar conflitos na redação do acordo com as obrigações da Ucrânia no âmbito da adesão à União Europeia ou acordos com instituições financeiras internacionais e outros credores oficiais", diz o documento.
Tensões entre os EUA e a Ucrânia
As relações entre a Ucrânia e os EUA azedaram desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, iniciou as negociações com os responsáveis russos para pôr fim à guerra, deixando de lado o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy.
Em fevereiro, uma reunião entre Zelenskyy e Trump na Sala Oval transformou-se num confronto, com Trump a acusar o presidente ucraniano de não estar suficientemente grato pelo apoio dos EUA.
Entretanto, o secretário de Estado Marco Rubio esteve em Paris na quinta-feira para discutir uma vasta gama de questões com os aliados europeus, incluindo a guerra na Ucrânia.
Na sexta-feira, disse à imprensa que, se não houver progressos nos próximos dias, Washington poderá abandonar as conversações de paz.