De Euronews
Os peritos russos encarregados de analisar amostras do corpo de Yasser Arafat excluíram a hipótese de o líder palestiniano ter sido envenenado e concluíram que a morte foi natural, informou hoje o chefe da equipa.
“Concluímos todas as análises. A pessoa teve morte natural e não morreu por radiação”, disse Vladimir Uiba, chefe da Agência Federal de Análises Biológicas da Rússia, numa conferência de imprensa.
O cadáver de Arafat, morto em 2004, foi exumado em 2012 e cerca de 60 amostras foram distribuídas por três equipas de peritos — uma russa, uma suíça e uma francesa — a pedido da viúva do líder palestiniano, Suha Arafat.
A equipa francesa também descartou a hipótese de envenenamento, mas
a equipa suíça detetou altos níveis de polónio 210, substància altamente
radioativa, nas amostras analisadas.
Vladimir Uiba disse à imprensa que a sua agência não recebeu qualquer
pedido para repetir os exames: “Concluímos a avaliação e todos concordaram.
Além disso, os suíços retiraram as suas conclusões e os franceses confirmaram
as nossas”, disse, citado pela agência France Presse.
O embaixador palestiniano em Moscovo, Faed Mustafa, afirmou no entanto
que, apesar das conclusões dos peritos russos, as autoridades palestinianas
não vão encerrar a investigação à morte de Arafat.
“Só posso dizer que já foi decidido continuar” a investigação, disse
Mustafa, citado pela agência Ria Novosti. “Respeitamos a posição deles,
valorizamos muito o seu trabalho, mas decidimos continuar a trabalhar”,
acrescentou.
Arafat começou com sintomas de problemas gastrointestinais a 12 de outubro
de 2004 e, depois de uma série de complicações, foi transferido da Cisjordània
para um hospital militar de Paris, onde morreu a 11 de novembro.
O corpo não foi autopsiado na altura, a pedido da viúva, Suha Arafat.
Em julho de 2012, no entanto, a viúva apresentou na justiça francesa uma
queixa contra desconhecidos, depois da descoberta de níveis anormais de
polónio, uma substància radioativa altamente tóxica, nos objetos pessoais
do marido.
Lusa