Ataques e problemas com sistema de voto marcam presidenciais na Nigéria

A jornada eleitoral na Nigéria não conseguiu evitar episódios violentos.
Na cidade de Enugu, no leste do país, uma bomba explodiu numa viatura, estacionada junto a uma assembleia de votos. O incidente não fez vítimas, contrariamente a vários ataques atribuídos ao Boko Haram contra urnas em aldeias do nordeste nigeriano, que fizeram pelo menos cinco mortos.
A violência não é o único desafio para o escrutínio. Uma falha no sistema eletrónico de identificação dos eleitores impediu o próprio presidente, Goodluck Jonathan, de votar na primeira tentativa, na cidade-natal de Otuoke.
Único verdadeiro rival do chefe de Estado cristão, o ex-general muçulmano Muhammadu Buhari – que já dirigiu o país durante dois anos, na sequência do golpe militar de 1983 – conseguiu mobilizar à volta da sua candidatura uma oposição mais unida do que nunca.
Perto de 69 milhões de nigerianos são chamados às urnas e a votação deverá prolongar-se por uma grande parte do dia de domingo, até porque os problemas com o sistema eletrónico – que está a ser usado pela primeira vez – estão a provocar importantes atrasos.
Em Abuja, um eleitor explica que lhe “disseram que o voto começaria às 8 horas [da manhã]”, mas isso não aconteceu.
A comissão eleitoral recorreu ao novo sistema para tentar evitar fraudes eleitorais, um problema recorrente na Nigéria. A página web da instituição foi atacada por um grupo de “hackers”, que avisou contra qualquer falsificação de resultados.