Bulgária acusada de violência contra os refugiados

Bulgária acusada de violência contra os refugiados
De  Nelson Pereira
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Os refugiados que atravessam os Balcãs queixam-se da violência de redes criminosas e das autoridades. Fogem da guerra na esperança de encontrar a

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Os refugiados que atravessam os Balcãs queixam-se da violência de redes criminosas e das autoridades. Fogem da guerra na esperança de encontrar a segurança na Europa, mas acabam por ser vítimas de novos abusos e de exploração.

Um relatório publicado na sexta-feira pelo Centro dos Direitos Humanos de Belgrado com o apoio da ONG Oxfam International (aqui em pdf), denuncia abusos e violência contra os clandestinos na fronteira entre a Sérvia e a Bulgária e centros de acolhimento na Bulgária.

#Refugees crossing into Europe tell of shocking abuse at hands of police >> https://t.co/wjKVQm1PuD#refugeescrisispic.twitter.com/bWY57Bi3Ul

— Oxfam (@oxfamgb) November 13, 2015

Cerca de 200 pessoas passam diariamente a fronteira entre a Bulgária e a Sérvia e chegam à cidade sérvia de Dimitrovgrad. Para o conseguir, tiveram que atravessar uma zona montanhosa perigosa, caminharam durante mais de um mês. A maior parte são homens e adolescentes que fogem do Afeganistão, através do Irão e da Turquia.

Jahanzeb vem do Afeganistão. Como muitos outros, queixa-se dos maus tratos da polícia búlgara. Conta que passou por muitas dificuldades:

“Não tive um minuto de paz. Chorei quase todos os dias. Bateram-me. Não consegui caminhar durante uma semana inteira, porque os meus pés estavam feridos e inchados depois de um polícia búlgaro me ter roubado os sapatos.”

Em Dimitrovgrad, os clandestinos são registados e recebem um documento que lhe dá 72 horas para sair da Sérvia. No centro de acolhimento recebem comida, artigos de higiene e cuidados médicos. Um autocarro parte diariamente para a capital, Belgrado, e para a cidade de Sid, na fronteira com a Croácia.

“Há um ano e meio que parti do Irão, atravessei a Turquia e entrei na Bulgária, onde estive preso 18 dias”, disse Olan Hussein, originário de Teerão, explicando que “Quando entrei na Bulgária, fui preso na fronteira pela polícia búlgara, num campo para refugiados que era de facto uma prisão. Tiraram-me o passaporte não queriam devolver-mo.”

Centro para os Direitos Humanos de Belgrado pediu ao governo búlgaro uma investigação independente sobre os atentados contra os direitos humanos sofridos pelos migrantes, na Búlgaria.

A ONG Oxfam International, sediada no Reino Unido, denunciou recentemente a insuficiência da ajuda da comunidade internacional aos refugiados.

Esta ONG, que vai lançar um programa de ajuda humanitária na Sérvia, publicou em outubro um relatório que analisa em que medida os países ricos e poderosos contribuem equitavelmente para os esforços de financiamento da ajuda humanitária, reinstalação dos refugiados e ação diplomática para travar o “banho de sangue” na Síria.

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