Sharmeen Obaid Chinoy é candidata a mais um Óscar com este documentário.
Sharmeen Obaid Chinoy tem já um Óscar no currículo e espera ganhar outro com “A girl in the river: The price of forgiveness” (em português: Uma rapariga no rio, o preço do perdão) – O filme está nomeado na categoria de documentário curto.
A cineasta espera, sobretudo, que o filme ajude a endurecer as leis sobre os crimes de honra no Paquistão.
O filme centra-se em Saba, uma rapariga que sobreviveu a uma tentativa de assassínio, por parte da família, por ter casado com o homem errado: “Se for a várias vilas e aldeias do Paquistão, pode confirmar que muitas pessoas não consideram os crimes de honra como crimes, porque ninguém vai preso por isso. Por isso quis abrir um debate nacional sobre este tema. As pessoas precisam de perceber que é um crime grave. Não faz parte nem da religião, nem da cultura. É algo que deve ser tratado como um crime premeditado e as pessoas devem ir presas por isso”, conta a realizadora.
O pai e o tio de Saba foram presos, mas a jovem foi pressionada a perdoá-los. Algo possível, segundo a lei paquistanesa.
Uma lei para corrigir essa falha passou na Assembleia, mas acabou por não ser aprovada no Senado, devido a uma questão de prazos.
Obaid Chinoy espera que a atenção conseguida pelo filme, no estrangeiro mas também no país, incluindo por parte do primeiro-ministro Nawaz Sharif – faça com que esta lei vá em frente: “A maior vitória de ‘A Girl in the River’ seria que o primeiro-ministro assumisse a liderança nesta questão e fizesse com que a lei de 2014 fosse finalmente aprovada. Seria uma grande herança que deixaria às mulheres do país e à própria família dele. Nenhuma mulher deve morrer por uma questão de honra e, se isso acontecer, os criminosos têm de ir para a cadeia, para que outros não façam o mesmo”, diz Chinoy.
Nawaz Sharif convidou a cineasta para uma projeção do filme para os maiores líderes de opinião do Paquistão e prometeu também fazer tudo para mudar a lei. Todos esperam que a injustiça acabe de vez.