A 'caça' a Salah Abdeslam

A 'caça' a Salah Abdeslam
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De  Marco Lemos com euronews, reuters, afp, efe
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Na noite dos atentados de Paris, Abdeslam foi controlado pela polícia francesa em Cambrai, mas nesse momento o suspeito ainda não tinha sido identificado e pôde seguir viagem.

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As investigações aos atentados de Paris apontaram imediatamente para uma célula terrorista a operar a partir da Bélgica. No dia a seguir a essa fatídica sexta-feira, 13 de novembro, os controlos fronteiriços foram reforçados, mas por essa altura, um dos principais suspeitos dos ataques, que fizeram 130 mortos, já tinha regressado a casa.

Salah Abdeslam foi controlado pela polícia francesa em Cambrai, mas nesse momento o suspeito ainda não tinha sido identificado e pôde seguir viagem.

O alerta de terrorismo em Bruxelas é elevado para o nível 3 numa escala de 4 e ainda no dia 14 são lançadas rusgas em Molenbeek, o bairro onde Abdeslam cresceu. Há detenções nesse dia e nos que se seguem, mas não há rasto do homem mais procurado na Europa.

No dia 21 de novembro, as autoridades belgas informam que foram encontradas armas num apartamento e que um suspeito foi detido e acusado de participação em atos terroristas.

O alerta vermelho de terrorismo é decretado na região de Bruxelas.

O ministro da Administração Interna, Jan Jambon, explica porquê:

“A questão foi ‘porque é que passámos ao nível 4 de ameaça?’ O primeiro-ministro disse que há indicações da presença de pessoas com armas e explosivos na região de Bruxelas e não damos mais detalhes porque há muitas investigações a decorrer”. Um ‘blackout’ mediático faz com que as informações cheguem a conta-gotas e sem detalhes.

Na noite de domingo, 22 de novembro, 19 buscas resultam em 16 detenções em Molenbeek, mas também em Liège e Charleroi. As operações estão relacionadas com os atentados de Paris, mas de Abdeslam continua a não haver sinal.

Polícia, soldados e forças especiais patrulham as ruas, uma imagem inédita em tempos de paz na Bélgica.

10 dias depois do início da ‘caça ao homem’, na região de Bruxelas, as escolas continuam fechadas e o metro não circula. Os responsáveis insistem que um ataque terrorista pode estar iminente.

As investigações começam a produzir frutos ao final de quase um mês. No dia 10 de dezembro, as impressões digitais de Salah Abdeslam, vestígios de explosivos e coletes semelhantes aos utilizados em Paris são encontrados numa busca a um apartamento no bairro de Schaerbeek, a menos de 5 km de Molenbeek. Esta informação só será divulgada em janeiro, no dia 8, quase um mês depois.

O cerco a Abdeslam aperta-se. Na semana passada, no dia 15 de março, uma operação antiterrorista franco-belga tem lugar em Forest, na zona sul de Bruxelas. Os agentes contavam encontrar uma casa vazia, mas são recebidos a tiro. Um suspeito, Mohammed Belkaid, de nacionalidade argelina, é abatido, outros dois conseguem fugir pelos telhados. Na habitação são encontradas armas e uma bandeira negra do autoproclamado Estado Islâmico.

Finalmente, na última sexta-feira, 18 de março, Molenbeek volta a ser palco de uma operação antiterrorista.

O ADN e as impressões digitais de Salah Abdeslam tinham sido encontradas no apartamento em Forest e é a poucas centenas de metros da casa onde cresceu que o principal suspeito dos atentados de Paris e o homem mais procurado na Europa acaba por ser capturado.

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