Em certos aspetos, o país de Lukashenko está a milhas de distância da ideia que muitos fazem...
A Bielorrússia não tem recursos. Não temos petróleo, nem gás, nem metais. Por isso, teríamos necessariamente de apostar no poder intelectual, na educação, nas capacidades das pessoas.
Muita gente ainda vê a Bielorrússia como um país que ficou parado na era soviética. Mas a realidade, pelo menos no que toca às tecnologias, não poderia estar mais longe do preconceito. Na verdade, o país está na vanguarda neste campo, e um dos responsáveis é o World of Tanks, um dos jogos de computador mais populares no mundo. A aventura começou entre amigos, numa cozinha em Minsk.
“Mesmo na fase de testes, o fluxo de jogadores foi enorme. Sabíamos que o projeto iria ter sucesso, mas ninguém estava à espera de tanto”, conta Kirill Stadnik, um dos criadores do jogo. Stadnik diz ainda que o setor tecnológico é dos menos dependentes de fatores externos, como a política, já que as fronteiras praticamente não existem.
Ao contrário de outras empresas do setor, a Wargaming, criadora do World of Tanks, mantém a sede na Bielorrússia, mais propriamente num parque tecnológico em Minsk. Valery Tsepkalo dirige esse centro e explica: “A Bielorrússia não tem recursos. Não temos petróleo, nem gás, nem metais. Por isso, teríamos necessariamente de apostar no poder intelectual, na educação, nas capacidades das pessoas. Acima de tudo, dos jovens”.
Foi também da Bielorrússia que vieram os criadores de aplicações tão populares como o “Viber”.https://www.viber.com/ ou o MSQRD. Apesar deste “boom” tecnológico, a economia do país continua a sofrer. O PIB caiu 4% nos primeiros dois meses deste ano.