Como será o mercado do trabalho britânico em caso de Brexit?
Como será o mercado do trabalho britânico em caso de Brexit? A questão divide políticos, empresários, sindicalistas e analistas.
Os defensores da permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) avisam que centenas de milhares de empregos podem desaparecer.
Segundo o líder trabalhista, Jeremy Corby, um Brexit poderá representar mais austeridade e ameaçar mais de 500 mil empregos só no setor público.
Do outro lado, os defensores do Brexit estimam que o fim das restrições laborais permitirá criar empregos.
Tim Martin é dono de uma rede de 900 bares e emprega mais de 37 mil pessoas. É a favor da saída do país da UE e contribuiu para a campanha “Leave”. Martin afirma: “Não há razões para não sermos um país próspero. Vamos ganhar mais dinheiro, porque não pagaremos tanto à União Europeia e vai liberar a grande força empresarial do país”.
Se alguns empresários veem com bons olhos o fim das regulamentações impostas por Bruxelas, outros temem que o ambiente legislativo e económico se complique com o Brexit.
É o caso da Airbus. Paul Kahn, presidente da filial britânica do grupo europeu, explica: “Nós produzimos com base numa norma. Se houver uma norma britânica e outra europeia será tudo mais complicado. Não será mais simples”.
A imigração é outro tema da campanha.
Os defensores do Brexit estimam que reduzir a imigração permitiria fazer subir os salários. O campo pró-europeu contesta esta visão.
Swati Dhingra, analista da London School of Economics, adianta: “Tivemos acesso a pessoas com um elevado grau de ensino, muitas vezes, ou não tivemos de contribuir para a sua formação. As pessoas entram no nosso país, acabam por criar empregos, não tiram empregos aos cidadãos britânicos. Numa economia em crescimento há espaço para todos”.
No primeiro trimestre, a taxa de desemprego no Reino Unido era de 5,1%, metade da média europeia.