O legado do Presidente Hollande à França

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De  Francisco Marques
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O atual residente oficial do Eliseu será o primeiro chefe de Estado francês a não se recandidatar a um segundo mandato, mas já tem alternativa na esquerda.

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François Gérard Georges Nicolas Hollande, 62 anos, chegou à Presidência da França em maio de 2012.

Quis ser o “presidente normal”, mas tornou-se no mais impopular de todos os chefes de Estado franceses do pós-guerra e é o primeiro a recusar recandidatar-se a um segundo mandato.

Aussi, j'ai décidé de ne pas être candidat au renouvellement de mon mandat

— François Hollande (@fhollande) 1 de dezembro de 2016

Vamos ver porque não se recandidata François Hollande.

EmpregoQuando o socialista assumiu o Eliseu, o desemprego em França estava nos 9,3 por cento. No terceiro trimestre deste ano, embora com alguns sinais positivos, está ligeiramente mais alto do que há quatro anos e meio, fixando-se agora nos 9,7 por cento.

Reforma laboralA reforma laboral acentuou a frustração dos franceses face a Hollande. O novo Código de Trabalho, aprovado pelo governo, reduz os direitos dos trabalhadores, facilita os despedimentos e promove os contratos precários. Os protestos intensificaram-se.

ImpostosA França apresenta a mais alta taxa de impostos da União Europeia em relação ao Produto Interno Bruto (PIB): 47,9 por cento. Acima da média dos “28” (40 por cento), da da zona euro (41,4 por cento) e quase 11 por cento mais pesada do que em Portugal (37 por cento).

Pressionado pela crise europeia, Hollande promoveu um aumentou de impostos e, com isso, reduziu o poder de compra das famílias. Um erro grave, acusam alguns economistas.

Por outro lado, aliviou a carga fiscal das empresas, numa tentativa de promover a criação de emprego, mas não correu bem e acabou por dividir ainda mais os apoiantes à esquerda.

CrescimentoO governo francês tinha fixado como objetivo para este ano um crescimento da economia em 1,5 por cento. No final do terceiro trimestre, acumula 1,1 por cento e a previsão teve de ser revista em baixa para os 1,4 por cento, muito longe dos 2,5 por cento por cento estabelecido como meta quando o Presidente assumiu o Eliseu, em maio de 2012.

Como que assumindo a derrota, Hollande anunciou a saída de cena no final do mandato e abre espaço, como candidato da esquerda, ao até aqui primeiro-ministro Manuel Valls.

Je suis candidat à la présidence de la République. MV

— Manuel Valls (@manuelvalls) 5 de dezembro de 2016

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